Açoriano Oriental
PSD quer ministros a esclarecer “encobrimento” de derrame de combustível na Terceira

O PSD anunciou esta sexta feira que vai pedir audições aos ministros da Defesa, dos Negócios Estrangeiros e do Ambiente, para "prestarem esclarecimentos" sobre o alegado "encobrimento" dado a um derrame de combustível ocorrido no ‘pipeline do Cabrito' na Terceira, Açores.

PSD quer ministros a esclarecer “encobrimento” de derrame de combustível na Terceira

Autor: AO Online/ Lusa

Através de nota imprensa, o deputado na Assembleia da República eleito pelos Açores António Ventura afirma que também pretende ouvir a secretária Regional da Energia, Ambiente e Turismo sobre o assunto que descreve como "um caso de desleixo".

"Trata-se de um caso de desleixo, de descuido, de falta de acompanhamento efetivo do processo de descontaminação dos solos e aquíferos da Praia da Vitória", afirma o parlamentar, citado em comunicado.

Segundo o deputado, em causa está um episódio de abril de 2016, quando um agricultor deu conta de um "derrame acidental, provocado por erro humano" no ‘pipeline do Cabrito’, que liga a zona do Cabrito à base das Lajes.

O social-democrata assinalou que o agricultor dirigiu-se primeiro à Câmara da Praia da Vitória, depois à Força Área Portuguesa e ainda ao Governo dos Açores, mas que os "cuidados com a saúde" não foram precavidos ao longo do processo.

"Tudo sem precaver os cuidados com a saúde humana, a saúde animal e os danos ambientais decorrentes de um derrame de combustível numa zona agrícola de pastagem", sinalizou.

Para António Ventura, trata-se de uma "situação clara de negligência", afirmando que o PSD quer "ouvir os responsáveis ministeriais das áreas envolvidas", pois este é um assunto de Estado, uma vez que existe um acordo bilateral entre os Estados Unidos e Portugal.

Em 2015, na sequência do anúncio de redução militar norte-americana na base das Lajes, o Governo Regional apresentou o Plano de Revitalização Económica da Ilha Terceira (PREIT), em que reivindicava uma compensação dos EUA, na ordem dos 167 milhões de euros anuais, durante 15 anos, dos quais 100 milhões se destinavam à "reconversão e limpeza ambiental".

A contaminação de solos e aquíferos na Praia da Vitória, provocada pela Força Aérea norte-americana na base das Lajes, foi identificada em 2005 pelos próprios norte-americanos e confirmada, em 2009, pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil, que monitoriza desde 2012 o processo de descontaminação.



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