Autor: Lusa /AO Online
“Cerca de metade do défice orçamental da região serviu para pagar os desmandos da governação de Vasco Cordeiro em 2022”, afirmou o deputado social-democrata António Vasco Viveiros, citado em nota de imprensa.
O défice da administração pública dos Açores em 2022 foi de 395 milhões de euros, um agravamento de 10 milhões face a 2021, enquanto a dívida bruta aumentou 300 milhões de euros entre aqueles anos, foi hoje revelado.
Para o partido que lidera o Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM), os dados confirmam "as informações já anunciadas” pelo executivo regional, que “sempre” transmitiu os números do défice com “maior transparência”.
Já o atual líder do PS, enquanto presidiu ao Governo Regional (de 2012 a 2020), “escondeu as dívidas das empresas públicas como a SATA, SINAGA e a conserveira de Santa Catarina”, critica o PSD dos Açores.
“Dos 395 milhões de euros do défice orçamental, 197 milhões de euros resultam do processo de reestruturação da SATA, a que se somam 22 milhões de euros da integração da dívida pública de passivos da Lotaçor e da Conserveira de Santa Catarina”, realça o deputado regional.
O social-democrata afirma que àquele valor do défice “acresce cerca de 390 milhões da assunção de dívidas da SATA, assim como do reforço de capital, avales concedidos e devolução de ajudas ilegais concedidas pelo governo socialista”.
“Em 2021 e 2022, o total da despesa resultante da pandemia da covid-19 atingiu os 174 milhões de euros, que se somam a esse quadro e que não irão repetir-se no futuro”, justifica.
O parlamentar do PSD/Açores diz ainda “não compreender” a posição do presidente do PS na região, Vasco Cordeiro, que alertou para a degradação das finanças públicas do arquipélago.
“Uma vez mais, o PS vem criticar o atual executivo [regional] por um problema que ele próprio criou, perdendo mais uma oportunidade para falar a verdade aos açorianos”, assinalou António Vasco Viveiros.
Para o PS/Açores, os dados conhecidos “agravam fortemente a preocupação” do partido com a “saúde das finanças públicas regionais”, alertando que, “só nos primeiros seis meses deste ano de 2023, a dívida da administração regional dos Açores aumentou mais de 263 milhões de euros”.
Segundo o Procedimento dos Défices Excessivos publicado pelo Serviço Regional de Estatística (SREA) e pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a “necessidade de financiamento da administração pública” açoriana em 2022 foi de 395,1 milhões de euros (dados provisórios), enquanto no final de 2021 atingiu os 385 milhões de euros (dados finais).