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PS diz que "contradições" mostram "fragilidade" do projeto do PSD

O presidente do PS/Açores disse este sábado que as "contradições" já demonstradas pelo PSD em pelo menos dois momentos na campanha eleitoral evidenciam a "fragilidade" do seu projeto político.

PS diz que "contradições" mostram "fragilidade" do projeto do PSD

Autor: AO Online/ Lusa

"Estamos numa campanha eleitoral e, portanto, julgo que o esclarecimento das pessoas, dos cidadão, deve ser um aspeto fundamental", declarou Vasco Cordeiro, falando aos jornalistas em Velas, na ilha de São Jorge, no sétimo dia oficial de campanha para as eleições no arquipélago, que decorrem no dia 25.

Na sexta-feira, o presidente do PSD/Açores, José Manuel Bolieiro, disse que a campanha para as eleições regionais deste mês estava centrada no programa eleitoral social-democrata, tendo ainda criticado o PS por “manipular a verdade” quanto às propostas do PSD.

"Defender a desgovernamentalização ao mesmo tempo que se propõe a constituição de 18 novas entidades na nossa região é uma contradição. Demonstra bem a fragilidade daquilo que é o projeto do PSD", declarou hoje, por seu turno, Vasco Cordeiro, que se recandidata a um terceiro mandato como presidente do Governo dos Açores.

Outra contradição apontada pelo socialista foi a questão da tarifa Açores proposta pelo PSD.

"Uma coisa é uma tarifa, uma das componentes do preço de uma passagem, a isso acrescem taxas. Isso levaria a que passageiros de Santa Maria e das Flores pagassem uma passagem mais cara do que aquela que pagam hoje em dia", disse o socialista.

O PSD propôs uma tarifa aérea única para residentes nos Açores no valor máximo de 60 euros por ida e volta, nas viagens entre ilhas, com exceção da ligação entre as Flores e o Corvo, pela sua proximidade.

Vasco Cordeiro declarou que primeiro a proposta passava por uma "tarifa promocional", depois passou a "tarifa única" e agora já inclui o preço final da passagem, com taxas aeroportuárias.

"Isto, julgo eu, não é um ataque, é discutir propostas. […] Acho que o debate político se faz também com isso. Com respeito, que procuro sempre ter, com objetividade, com rigor, mas o sobretudo faz-se também disso", acrescentou o chefe dos socialistas açorianos.

Tais contradições, acrescentou, revelam "sobretudo impreparação, falta de conhecimento, pouco cuidado na análise" e também "pouco cuidado na apresentação de propostas" eleitorais.

Questionado sobre a presença na região de diversos líderes nacionais de partidos, ao contrário de António Costa, que não se deslocará aos Açores, o socialista foi perentório: "Oxalá que todos os partidos que se candidatam a estas eleições regionais tivessem um líder nacional que fizesse tanto pelos Açores como fez António Costa", disse, por duas vezes.

O PS, realçou ainda Vasco Cordeiro, "está absolutamente tranquilo quanto ao juízo" popular no sufrágio do dia 25.

"O que o povo decidir está bem decidido", disse.

Todavia, e na atual conjuntura de desafios impostos pela pandemia de covid-19, o atual presidente do Governo Regional sinalizou a importância de haver "estabilidade" e "segurança".

"Praticamente todos os partidos", sublinhou, dizem "que querem ir para o governo, que não viabilizam um governo do PS, que farão assim, que farão assado, vão repartir de um lado, do outro, querem a sua parte".

E questionou, dando a sua visão perante a pergunta colocada: "É isso que os açorianos querem? Se é isso que os açorianos querem, está bem decidido. Mas tenho a obrigação de dizer que me parece que isso é um risco tremendo para todos nós nesta situação. Se há conjuntura em que a necessidade de estabilidade e segurança, sobretudo, é particularmente evidente, julgo que é esta conjuntura em que estamos".

As legislativas dos Açores decorrem em 25 de outubro, com 13 forças políticas candidatas aos 57 lugares da Assembleia Legislativa Regional: PS, PSD, CDS-PP, BE, CDU, PPM, Iniciativa Liberal, Livre, PAN, Chega, Aliança, MPT e PCTP/MRPP. Estão inscritos para votar 228.999 eleitores.

No arquipélago, onde o PS governa há 24 anos, existe um círculo por cada uma das nove ilhas e um círculo de compensação, que reúne os votos não aproveitados para a eleição de parlamentares nos círculos de ilha.


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