Autor: Lusa
A Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário (CESPU) desafiou jovens universitários a explicar a adolescentes como a prevenção e a alimentação podem contribuir para reduzir o cancro, um projeto iniciado em Paredes que deverá estender-se ao Grande Porto.
Chama-se “Universitários Contra o Cancro: como falar de prevenção e alimentação com jovens adolescentes?” e é um projeto montado pelos próprios alunos da licenciatura de Ciências da Nutrição da CESPU após desafio da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC).
Em Paredes, no distrito do Porto, mais de 1.000 alunos do Ensino Secundário já tiveram “aulas” com os jovens da CESPU que esclareceram sobre mitos e verdades associadas ao cancro, ensinaram a ler e interpretar rótulos e deram dicas sobre alimentação saudável.
“São jovens a falar para jovens porque, naturalmente, conseguem ter uma mesma voz, conseguem ter uma mesma linguagem e conseguem, se calhar, ser um agente de mudança e até de projeção para quem está no Ensino Secundário (…). Nestes graus de ensino começa a mudança e quanto mais cedo se apostar na formação em saúde, na literacia em saúde, melhor”, disse à Lusa a responsável pela licenciatura em Nutrição.
Nutricionista e professora, Inês Pádua lembrou que “em termos de evidência científica, aquilo que efetivamente está comprovado é que uma alimentação saudável tem efeitos na proteção e na prevenção da doença oncológica”, conceitos que os seus alunos tentaram passar a jovens dos 14 aos 18 anos.
“Passar estes conceitos de base, que muitas vezes não são valorizados, precisamente por todo o ruído que existe à volta, é muito importante”, sublinhou.
O “ruído” ao qual a docente se refere podem ser, por exemplo, mitos associados aos riscos de cancro.
À Lusa, uma das alunas universitárias que dinamizou as sessões no Agrupamento de Escolas Daniel Faria, em Baltar, deu exemplos de perguntas que surgiram ao longo das conversas desde querer saber se aquecer comida no micro-ondas é seguro ou não, à ideia de que comer muitos citrinos previne o cancro.
“Explicamos que é um mito achar que há alimentos que curam o cancro. Há sim, cuidados que ajudam na prevenção, como uma alimentação adequada e equilibrada. Explicamos que dietas radicais não são adequadas para perda de peso, e que se deve fazer, obviamente, uma alimentação equilibrada, basicamente baseada na roda de alimentos, e ajustar porções”, contou.
As sessões decorreram com recurso a jogos, ‘quizzes’ e concursos.