Açoriano Oriental
Economia
Profrutos espera transformar ananás em São Miguel em 2009
Ananás da maior cooperativa dos Açores vai ter marca própria e uma nova postura no mercado. Rui Pacheco, presidente da direcção da Profrutos, aponta ainda, para breve, a implementação de uma unidade de transformação
Profrutos espera transformar ananás em São Miguel em 2009

Autor: Luísa Couto
A Cooperativa Profrutos prepara-se para apresentar amanhã  uma nova imagem do ananás dos Açores, recorrendo, para isso, ao lançamento de uma marca própria e de uma série de investimentos que prometem revolucionar a presença do seu produto no mercado e junto do consumidor.
Que motivações estão na origem desta iniciativa?
O estudo que foi encomendado há um ano visava um levantamento dos problemas que havia, desde a produção até ao consumidor e a  marca era, precisamente, uma lacuna que tínhamos, até porque “Profrutos” é a empresa e não uma marca.
Este lançamento surge, por isso,  como uma forma de estar da cooperativa, com o intuito de marcar a diferença e valorizar o ananás.
E qual será a  designação?
Isso só irá ser revelado amanhã.
Que partido esperam tirar dessa marca?
A verdade é que, nos últimos anos, “adormecemos” muito a nossa presença no mercado. Havia pouca promoção e pouca divulgação e é isso que pretendemos mudar...
Quer dizer que o ananás da Profrutos tem vivido e sobrevivido por si só?
Exactamente! Por já ser secular, uma presença assídua no âmbito familiar  português... Mas é preciso ver que a população jovem vai aparecendo, muita gente desconhece qual é a forma de produção do ananás, o que está  inerente à sua produção e custos... Tudo isto tem de ser mostrado e, por isso, temos de estar mais abertos a quem consome. Para além disso, há mais de uma década, quando todos se estavam a orientar para a comercialização em fresco para a Europa, foi pena também não termos dado esses mesmos passos... Ainda assim, julgamos que vamos a tempo.
Reconhece que em matéria de mercados externos à Região, o facto de faltar à cooperativa uma estrutura para transformar o ananás tem sido um constrangimento, sobretudo em termos de escoamento de produto?
O problema dos excedentes é cíclico e acontece sempre em alguma altura do ano. Este ano aconteceu em Agosto. Tivemos aí três semanas com excedentes, uma vez que as alterações climatéricas levaram ao amadurecimento precoce do fruto. Normalmente suportávamos parte disso com o encaminhamento do ananás para a Danone. Mas agora têm existido algumas restrições da Danone na transformação, em relação à empresa a quem fornecemos e que o transforma para depois o ananás ser enviado para Danone...
Então, neste momento, a Profrutos está dependente de um intermediário para fazer chegar o  ananás à Danone?
Exactamente. Tem de haver alguém que transforme o produto para depois ir preparado para incorporar os produtos.
A relação com a Danone podia ser mais rentável se na Profrutos existisse uma unidade de transformação?
Sem dúvida. E bastaria ser uma unidade adequada à nossa capacidade de produção e de consumo directo na ilha. Mas a esse nível está  pensado um empreendimento.
Para quando e quanto vai custar?
Esperamos que no próximo ano já esteja implementado. Quanto ao custo,  ainda estamos a calcular.
Espera com isso alargar as possibilidades de escoamento/exportação ?
É bem possível. Até porque, saindo de cá já transformado, o ananás pode tornar-se mais apetecível a outras indústrias.



Cerimónia e pormenores em segredo absoluto
Apesar da  agitação e da azáfama  junto às  estufas da Rua das Laranjeiras, na Freguesia de São Pedro, pouco ou nada se sabe acerca da cerimónia ou de qualquer outro pormenor relacionado com a apresentação de uma marca própria para o ananás da Cooperativa Profrutos.
A um dia da cerimónia de lançamento, a direcção “fecha-se em copas” e recusa-se a revelar a designação que será adoptada. Anuncia apenas “a coroação do rei”, onde “vão juntar-se nobres convidados, muito será dito e ouvido, mas mais ainda será visto e desvendado...”.
Num enigmático convite, lê-se ainda que “todos os presentes contribuirão para traçar o destino daquele que será anunciado enquanto o novo rosto real”.  Rui Pacheco, presidente da direcção, ao Açoriano Oriental apenas adianta que está em crer que as mudanças em curso trarão outro valor acrescentado à empresa em termos de qualidade, de apresentação e da própria preferência do consumidor!
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