Açoriano Oriental
Sudão
Professora britânica acusada de insultar o Islão
Uma professora britânica foi acusada de atentado ao credo islâmico e incitamento ao ódio racial depois de ter sido detida por permitir que os alunos dessem na aula o nome de Maomé a um urso de peluche.

Autor: Lusa / AO online
O anúncio foi feito pelo vice-ministro da Justiça do Sudão, Abdel Daim Zamraui, segundo o qual o tribunal de Cartum acusou a professora Gillian Gibbons de insultar a religião, nos termos do artigo 125 do Código Penal, incorrendo numa pena de prisão até seis anos, cumulativa com 40 chicotadas e uma multa em dinheiro.

Este artigo incide no respeito pela crença e ritos religiosos, pelos fiéis e pela preservação dos bens sagrados.

Gibbons foi detida no domingo, na sequência de queixas apresentadas pelos pais das crianças - com idades entre os seis e os sete anos -, alegadamente indignados por a professora ter permitido dar ao animal o nome do profeta Maomé.

Em Londres, o Foreign Office convocou entretanto o embaixador do Sudão para uma reunião de urgência com o chefe da diplomacia, David Miliband, a quem deverá dar “aturadas explicações” sobre o ocorrido.

Um porta-voz do primeiro-ministro, Gordon Brown, não escondeu “decepção” face ao desenrolar dos acontecimentos e precisou que Miliband quer saber quais serão os próximos passos de Cartum, para tomar as medidas adequadas.

Gibbons, 50 anos, natural de Liverpool, leccionava na Unity High School, um estabelecimento de ensino privado fundado em 1902, que agora está encerrado por ordem das autoridades sudanesas.

Na terça-feira, esta escola secundária teve de publicar na imprensa um pedido público de desculpas.

Segundo o vice-ministro da Justiça sudanês, a professora não foi maltratada e pôde receber as visitas do seu advogado e de representantes consulares britânicos.
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