Açoriano Oriental
Produtores de ananás dos Açores recebem antecipação de apoios europeus em 2015
Os produtores de ananás de S. Miguel, nos Açores, vão receber antecipadamente, no próximo ano, 50% dos apoios concedidos ao abrigo do programa europeu para as regiões ultraperiféricas (POSEI), foi hoje anunciado.
Produtores de ananás dos Açores recebem antecipação de apoios europeus em 2015

Autor: Lusa/AO Online

“Ficou acordado que o envelope financeiro do próximo pagamento, na campanha de 2015, vai ser antecipado em 50%. O primeiro pagamento está previsto para o mês de outubro de 2015”, afirmou Guilherme Cabral, da comissão instaladora da Associação de Produtores de Ananás de S. Miguel, após uma reunião com o secretário açoriano da Agricultura.

Numa altura em que se assinalam os 150 anos do início da primeira remessa do fruto para Londres, Guilherme Cabral considerou o apoio comunitário “muito importante” para a cultura do ananás, porque sem ele “a produção não era viável”.

“Neste momento, os preços pagos à produção estão demasiado baixos. Variam entre 1,15 euros e 1,50 euros. Se não é a ajuda comunitária, é impossível continuar a produzir”, referiu, acrescentando que o “valor justo” deveria rondar os cinco euros por quilo.

A comissão instaladora da Associação de Produtores de Ananás de S. Miguel estima que existam na maior ilha dos Açores, divididos entre os concelhos de Ponta Delgada e Vila Franca do Campo, 240 a 250 produtores, rondando a produção anual as mil toneladas.

O fruto rei nos Açores continua a ser cultivado de forma totalmente biológica em estufas.

Para o secretário regional da Agricultura e Ambiente, Luís Neto Viveiros, o pagamento antecipado dos apoios comunitários permitirá aos produtores “ultrapassar constrangimentos de uma cultura com muita tradição e que se manterá”.

“Estes três milhões e quatrocentos mil euros são destinados ao nosso parque de estufas. O pagamento é feito por área. Cada metro quadrado representa 6,25 euros”, afirmou Luís Neto Viveiros, manifestando confiança em que os apoio comunitários para as regiões ultraperiféricas se vão manter após 2020.

O ananás de S. Miguel é originário da América do Sul e Central, tendo sido introduzido no arquipélago como planta ornamental em meados do século XIX, enquanto as primeiras explorações de caráter comercial surgiram em 1864.

A produção do ananás desde a toca até ao fruto pronto a colher leva cerca de dois anos.

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