Autor: Lusa/AO Online
Eduardo Ferreira refere, em declarações à agência Lusa, que as vendas crescem em função da tradição dos açorianos de "enriquecerem as suas mesas" durante a quadra festiva com os "licores tradicionais" da região, mas também por via da compra para oferta a familiares e amigos residentes no continente e nas comunidades de emigrantes radicadas nos Estados Unidos e Canadá.
A unidade fabril, localizada no concelho da Ribeira Grande, ilha de São Miguel, produz, entre outros, o tradicional licor de maracujá, desde 1936, um dos mais premiados de Portugal, com seis medalhas de ouro a nível internacional.
É produzido na ilha de São Miguel a partir da polpa fresca de maracujá regional, sem recurso a corantes ou conservantes, respeitando-se a sua fórmula original, criada em 1936, segundo o empresário.
Contudo, o licor de maracujá "já foi ultrapassado" nas preferências do consumidor pelo creme de whisky, sendo neste momento 16 os produtos feitos pela fábrica, que possui um espaço de exposição que exibe garrafas de licor, cremes, aguardentes, vinho abafado e até compotas.
Eduardo Ferreira refere que a fábrica de licores pretende agora "promover uma aposta na exportação para Cabo Verde" e investir na cana de açúcar para produção de rum, que é gerada anualmente com recurso à sua exploração e através da importação.
Para o empresário, a razão do sucesso das vendas - que também aumentaram consideravelmente por via do acréscimo do turismo nos Açores - está radicada na “qualidade dos produtos”, assistindo-se a alterações na procura por via do surgimento de clientes mais jovens com outro perfil de consumo.
Para ir ao encontro das novas tendências de consumo, o empresário vai promover uma aposta na produção de vodka a partir do excedente de batata nos Açores, o que considera será “uma mais valia para a região”.
“Há pessoas a produzirem vodka falsificada quando temos todas as condições para produzir produtos de qualidade nos Açores. Isso cria uma má imagem”, considera o empresário, que aponta o facto de os produtores de batata passarem a ter “mais uma saída” em termos de escoamento do seu produto, que "muitas vezes acaba podre, no lixo".