Açoriano Oriental
Presidente da Bolívia agradece prontidão austríaca em incidente com avião presidencial
O Presidente da Bolívia agradeceu à Áustria por ter permitido a aterragem de emergência do avião presidencial boliviano em Viena, em julho de 2013, depois de vários países europeus, incluindo Portugal, terem recusado a aterragem do aparelho
Presidente da Bolívia agradece prontidão austríaca em incidente com avião presidencial

Autor: Lusa/AO online

“Ao aterrar no aeroporto recordo com grande apreço o valor e o respeito com que o povo e o Governo austríaco salvaram a minha vida, ao permitir que no dia 02 de julho de 2013 o avião presidencial, no qual eu regressava à Bolívia proveniente da Rússia, fizesse uma aterragem de emergência em Viena”, declarou Evo Morales durante uma cimeira das Nações Unidas dedicada aos países em desenvolvimento sem litoral, a decorrer na capital austríaca.

Em julho de 2013, Morales ficou retido durante várias horas em Viena, quando regressava à Bolívia proveniente da Rússia, porque a Espanha, Itália, Portugal e França não autorizaram a aterragem e sobrevoo dos seus territórios por suspeitas de que a bordo do seu avião seguiria o ex-consultor da Agência de Segurança Nacional (NSA) Edward Snowden.

Na altura, Snowden, procurado pelos Estados Unidos por espionagem, estava desde junho de 2013 numa zona de trânsito do aeroporto moscovita de Sheremetievo. O chefe de Estado da Bolívia responsabilizou os Estados Unidos pelo incidente.

Portugal disse na altura ter impedido a aterragem do avião por "considerações técnicas" e assegurou que o Governo português autorizou "atempadamente" o sobrevoo em território nacional.

Posteriormente, o então ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Portas, contactou o seu homólogo boliviano para emitir uma “palavra de reparação” do Governo e admitiu que o Presidente Evo Morales podia "ter razões de queixa” relativamente aos acontecimentos que envolveram o seu voo de Moscovo para La Paz.

“Interesses inomináveis negaram o sobrevoo por Espanha, França, Itália e Portugal, desconhecendo o regime de imunidades previstas no Direito Internacional”, referiu Evo Molares, na capital austríaca.

Na mesma intervenção, o Presidente agradeceu “o gesto humanitário e hospitaleiro” da Áustria para com a Bolívia e com o principal representante do país face ao “bloqueio sofrido”.

“Não posso imaginar o que poderia ter acontecido se tivéssemos sido forçosamente obrigados a aterrar, ao ficarmos sem combustível. Talvez não estivesse nesta conferência”, afirmou o chefe de Estado boliviano, agradecendo ainda a ajuda do “amigo e irmão” Heinz Fischer, o homólogo austríaco.

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