Açoriano Oriental
Portugal exemplar na integração islâmica
Portugal é um país exemplar no que diz respeito à integração da comunidade islâmica, defenderam hoje vários especialistas numa conferência sobre o "Islão e a Cidadania", organizada pelo Centro Português de Estudos Árabes-Pulaar e Cultura Islâmica.

Autor: Lusa/AOonline
"Portugal é uma arca de Noé, as pessoas estão integradas, as comunidades estão integradas e acho que a política de integração é uma política correcta. Não vejo que haja problemas de integração do muçulmano e do estrangeiro em Portugal", defendeu Raúl Braga Pires, investigador do Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto, em declarações à Lusa, à margem da conferência, que decorre durante o dia de hoje no auditório da Câmara Municipal de Almada.

    O presidente do Centro Português de Estudos Árabes-Pulaar e Cultura Islâmica, por seu lado, lembrou que "noutros países europeus se ouve falar de conflitos e de grandes problemas entre etnias ou entre religiões, nomeadamente entre a religião islâmica e outras religiões".

    Situação que, no entender de Bubacar Baldé, não acontece em Portugal.

    "Aqui em Portugal, da experiência que eu tenho, não há nenhuma pessoa que tenha sido agredida ou pressionada ou a quem tenham dito uma palavra má por ser muçulmano", afirmou.

    Aliás, para Bubacar Baldé, em Portugal passa-se exactamente o oposto.

    "O Governo português e as instituições portuguesas estão a apoiar os muçulmanos para poderem gozar os seus direitos cívicos e religiosos aqui em Portugal", defendeu.

    Situação que o presidente do Centro Português de Estudos Árabes-Pulaar e Cultura Islâmica explica com a relação histórica e geográfica que Portugal tem com o mundo islâmico.

    "Desde o século VII que o Islão entrou aqui em Portugal e Portugal foi porta de entrada do Islão na Europa através de Gibraltar para a Espanha e toda esta zona chamava-se Andaluz", lembrou.

    "Desde essa altura há uma grande mistura e a cultura portuguesa, mesmo a fisionomia portuguesa, tem sangue árabe e muçulmano", acrescentou, sublinhando ainda que "na língua portuguesa há muitas palavras que são islâmicas".

    Também presente na conferência, o professor da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, António Mendes, convidado para discursar sobre o "Cristianismo e a Cidadania", defendeu que Islão e Cristianismo, em Portugal, podem não ter ainda a relação "que deviam ter", mas "têm uma boa relação".

    "As grandes religiões têm todas o mesmo objectivo, são é caminhos diferentes para chegar ao mesmo sítio. O importante é ultrapassar divergências e chegarmos à conclusão que queremos todos a mesma coisa, que é criar um mundo mais harmonioso, mais fraterno e equilibrado e criarmos uma cultura de paz", rematou António Mendes. 

   

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