Covid-19

PM espanhol quer acordo com todos os partidos para reconstruir o país

O primeiro-ministro espanhol iniciou uma ronda de conversações com os partidos com representação parlamentar a quem propôs a criação de uma “mesa de diálogo” para a reconstrução social e económica do país após a crise do novo coronavírus.



Segundo a porta-voz do executivo, a ministra das Finanças, Maria Jesús Montero, o Governo gostaria que esta ronda exploratória inicial "fosse concluída no mais curto espaço de tempo possível” para que esse grupo se possa reunir já na próxima semana.

A intenção do chefe do executivo, Pedro Sánchez, já foi, no entanto, contrariada pelo Vox (extrema direita, terceiro maior partido) e pela CUP (pequeno partido independentista catalão) que recusaram reunir-se com Pedro Sánchez.

O Partido Popular (PP, direita, segundo maior partido) também tem criticado a proposta de Sánchez, acusando-o de tentar encobrir a sua "incompetência" na gestão da crise da covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus.

"O Governo tem vindo a estender a mão, facilitando a realização dessa reunião; neste momento ainda estamos à espera de marcar esse momento, essa data" com o líder do PP, Pablo Casado, segundo a porta-voz do Governo, que sublinhou que espera que o encontro se realize o mais rapidamente possível.

À espera que seja marcado esse encontro com o líder do maior partido da oposição, o primeiro-ministro e também secretário-geral do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) iniciou hoje a ronda de conversações com partidos mais pequenos que deve terminar na sexta-feira.

Pedro Sánchez pretende reeditar um grande acordo de Estado semelhante aos chamados Pactos de Moncloa, um compromisso assinado no palácio com o mesmo nome, que é a sede do Governo espanhol, durante a transição democrática espanhola, em 25 de outubro de 1977, e que teve o apoio de partidos, associações empresariais e sindicais, com o objetivo de procurar estabilizar o processo de transição para o sistema democrático.

O chefe do executivo espanhol quer promover o desenvolvimento económico e social do país depois da crise provocada pela covid-19 que o FMI estimou na terça-feira numa recessão de 8,0% em 2020 e uma taxa de desemprego que poderá alcançar 20,8%.

Espanha é o segundo país com mais mortos por cada milhão de habitantes (409 óbitos) causados pela covid-19, depois da Bélgica (419), com mais do que Itália (358) e do que França (263), numa lista em que os Estados Unidos têm 86 e Portugal 59.

O estado de emergência está em vigor em Espanha desde 15 de março até 25 de abril próximo e Sánchez já avisou que a medida ia ser prolongada pelo menos durante mais duas semanas depois dessa data.


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