Açoriano Oriental
PM britânico recusa alinhamento com leis europeias em troca de acesso a mercado único

O Reino Unido não vai fazer qualquer acordo com a União Europeia (UE) que implique o "alinhamento com as leis” do bloco europeu, afirmou o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, afastando a hipótese de flexibilizar a imigração.

PM britânico recusa alinhamento com leis europeias em troca de acesso a mercado único

Autor: Lusa/AO Online

Questionado após um discurso na conferência anual da Confederação da Indústria Britânica (CBI), em Birmingham, sobre o pedido das empresas para facilitar a imigração e melhorar as relações com Bruxelas, Sunak recusou rumores de um interesse numa aproximação.

"Deixem-me ser inequívoco a este respeito. Sob a minha liderança, o Reino Unido não procurará qualquer relação com a Europa que dependa do alinhamento com as leis da UE”, afirmou.

Sunak lembrou que votou a favor da saída do Reino Unido da UE e que acredita que o "’Brexit’ pode dar e já está a dar enormes benefícios e oportunidades para o país”, como o controlo da imigração.

No domingo, o jornal Sunday Times avançou que o Governo estava a explorar a hipótese de um acordo “tipo suíço” em diferentes áreas para ter mais acesso ao mercado único europeu, o que foi desmentido pelo executivo.

As relações económicas e comerciais da Suíça são regidas por uma série de acordos bilaterais que determinam que aquele país segue certas leis da UE para poder aceder a uma parte do mercado único europeu.

Quando negociou o ‘Brexit’, o Reino Unido negociou um acordo que permite o comércio sem tarifas nem quotas, mas implica controlos aduaneiros, documentação adicional e restrições em setores como os serviços financeiros porque deixou de ter acesso livre ao mercado único europeu.

A especulação surgiu após o ministro das Finanças britânico, Jeremy Hunt, ter afirmado à estação pública BBC na semana passada que "ter comércio sem restrições com os nossos vizinhos e países de todo o mundo é muito benéfico para o crescimento”.

A CBI identificou hoje as limitações no acesso ao mercado europeu e no recrutamento de mão-de-obra estrangeira pós-‘Brexit’ como duas das “barreiras” que estão a impedir o crescimento económico.

A excessiva regulamentação sobre as empresas e um sistema de planeamento urbano arcaico foram outros obstáculos identificados pelo diretor-geral da CBI, Tony Danker, que pediu ao Governo para ser o "grande desbloqueador do investimento do setor privado”.

"Os nossos políticos fazem diariamente escolhas anti-crescimento para atingir outros objetivos políticos. Respeito isso. Mas quando nos confrontamos com estagflação e o enorme impacto no custo de vida, está na altura de analisar bem essas escolhas”, afirmou o representante na abertura da conferência anual, que decorre em Birmingham até terça-feira.

Segundo as estimativas do Gabinete de Responsabilidade Orçamental, um organismo britânico responsável por fiscalizar as contas públicas, a economia do Reino Unido vai contrair 1,4% em 2023, enquanto a inflação vai situar-se nos 7,4%.  


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