Autor: Lusa/AO Online
Alertando para o facto de Pequim e Moscovo delinearem estratégias a longo prazo, Sunak vai alertar para o risco de o Reino Unido ficar em desvantagem devido à “mentalidade de curto-prazo ou aspirações ilusórias”.
No tradicional discurso do banquete oferecido pelo Lord Mayor da ‘City’ de Londres, que terá lugar hoje à noite, o líder do partido Conservador vai propor dar "um salto evolutivo" na abordagem britânica.
"Isto significa ser mais forte na defesa dos nossos valores e da abertura da qual depende a nossa prosperidade. Significa proporcionar uma economia mais forte em casa - porque é a base da nossa força no estrangeiro. E significa fazer frente aos nossos concorrentes, não com grande retórica, mas com um pragmatismo robusto”, vai dizer o chefe do Governo, segundo excertos do discurso publicados antecipadamente.
A intervenção, num evento onde participam líderes empresariais, diplomatas, académicos e outros dignitários, será o primeiro grande discurso de política externa proferido por Rishi Sunak desde a entrada em funções, há cinco semanas.
Segundo um comunicado do Governo, o Reino Unido está atualmente a atualizar a Análise Integrada da Segurança, Defesa, Desenvolvimento e Política Externa de 2021 para ter em conta as mudanças geopolíticas dos últimos 18 meses.
Esta reavaliação da estratégia de política externa britânica pretende ter em conta a "intensificação da concorrência interestatal devido às ações de países como a Rússia, China e Irão”.
A referência de hoje às relações com a Europa acontece após ter sido noticiado nas últimas semanas o interesse do Governo britânico em ganhar mais acesso ao mercado único europeu para acelerar a recuperação económica anual, apesar de ter desmentido a ideia de um “acordo tipo-Suíça”.
No ano passado, quando foi lançado, o documento fazia poucas referências à União Europeia (UE), da qual tinha acabado de sair e cujas relações continuaram tensas depois do ‘Brexit, reorientando a atenção para outras áreas geográficas.
Sunak vai hoje insistir que o Reino Unido continua interessado em aprofundar laços com a região do Indo-Pacífico, que inclui países como o Japão, Índia, Austrália, Coreia do Sul, Indonésia, Vietname, Malásia ou Singapura.
"Sob a minha liderança não vamos escolher a situação presente [status quo]. Faremos as coisas de forma diferente. Evoluiremos, ancorados sempre pela nossa crença duradoura na liberdade, abertura e no Estado de direito e confiantes de que, neste momento de desafios e concorrência, os nossos interesses serão protegidos e os nossos valores prevalecerão”, vai dizer.
No discurso, o primeiro-ministro britânico vai reiterar o apoio à Ucrânia na resistência contra a invasão e agressão da Rússia com mais armamento de defesa.
“Ao proteger a Ucrânia, estamos a proteger-nos a nós próprios”, pretende vincar.