Autor: Lusa
“Este Plano e Orçamento não serve os Açores, porque [nele] se esquece o essencial”, afirmou hoje o coordenador regional do PCP, Marco Varela, em conferência de imprensa, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.
Segundo o dirigente dos comunistas açorianos, os documentos esquecem as dificuldades que vivem as famílias do arquipélago, “enquanto o setor produtivo se desmorona e, com ele, a possibilidade de criar emprego de qualidade, com direitos, e uma realidade social que recoloque as ilhas na senda do desenvolvimento”.
As propostas que o PCP defende “vão no sentido oposto às escolhas do Governo Regional e dos partidos que o apoiam”.
“O que é necessário é um desenvolvimento regional assente na valorização da produção regional, no reforço dos serviços públicos de qualidade e na manutenção na esfera pública das empresas estratégicas para a região, reforçando o setor público empresarial regional”, disse o líder do PCP/Açores, partido que não tem assento no parlamento regional.
Na opinião de Marco Varela, o desenvolvimento dos Açores “passa pelo aumento dos salários e pensões, formação profissional, trabalho com direitos, o reforço dos apoios aos micro, pequenos e médios empresários, e à produção”.
Os comunistas consideram ainda que o Plano e Orçamento regional para o próximo ano apresentado pelo Governo de coligação PSD/CDS-PP/PPM “é, mais uma vez, um enunciado de intenções, que pretende agradar a todos os partidos que o possam manter no poder”.
“É um Plano e Orçamento de continuidade e, a partir desse pressuposto, é fácil prever que os açorianos, que já não viram respostas aos seus problemas em 2022, 2023 e 2024, assim vão continuar”, disse o coordenador regional do PCP.
Para o partido, o executivo regional liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro, “insiste e persiste numa política de baixos salários, precariedade laboral, insuficiente formação profissional e excessiva carga horária”.
Ainda na opinião dos comunistas, o Governo mantém a orientação de privatizar a SATA Internacional - Azores Airlines, desvaloriza a agricultura e as pescas e insiste em privilegiar o turismo, sem “antever as consequências económicas catastróficas desta nova monocultura volátil e arriscada por natureza, sem sequer acautelar os equilíbrios ambientais e paisagísticos das ilhas”.
O Orçamento dos Açores para 2025, que define as linhas estratégicas do executivo de coligação PSD/CDS-PP/PPM para o próximo ano, atinge os 1.913 milhões de euros, dos quais cerca de 819 milhões são destinados aos investimentos previstos no Plano.
O parlamento açoriano inicia na segunda-feira o debate do Plano e Orçamento Regional para 2025.
O parlamento dos Açores é composto por 57 deputados, 23 dos quais da bancada do PSD, outros 23 do PS, cinco do Chega, dois do CDS-PP, um do IL, um do PAN, um do BE e um do PPM.