Autor: Lusa/Ao online
Em entrevista à agência Lusa, quanto questionado sobre a possibilidade de haver eleitores que o possam encarar como um "mensageiro de Belém", Paulo Sande reconhece que pode acontecer. "As pessoas podem encarar assim, é uma realidade que isso pode acontecer, mas não deve acontecer. Eu farei os possíveis para explicar isso", sublinha.
E recorre ao quadro legal para justificar o facto de ser candidato assumido e permanecer em Belém.
"Se não houvesse esta lei, ninguém independente podia participar nestas coisas. E se há coisa que, honra seja feita ao doutor Pedro Santana Lopes, é que convidou uma pessoa que não tinha vida partidária nenhuma", justifica.
Paulo Sande argumenta que a polémica suscitada pelo facto de continuar a ser conselheiro do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, depois de ter sido apresentado como cabeça de lista do novo partido Aliança às eleições europeias de maio de 2019 está encerrada.
"É um assunto que, para mim, está resolvido, não interessa", sustenta o candidato do partido criado pelo ex-primeiro-ministro e líder do PSD Pedro Santana Lopes, depois de recordar que Marcelo Rebelo de Sousa já se pronunciou sobre o caso para recordar que é "um direito" os cidadãos poderem candidatar-se sem serem prejudicados nas funções que desempenham.
"O senhor Presidente não tem nada a ver com isto. Rigorosamente nada. O senhor Presidente, naturalmente, aceitou aquela que foi a minha explicação", acrescenta, assegurando que, até à apresentação da lista, "pelo menos", não irá fazer campanha político-partidária, irá apenas explicar o que pensa sobre a Europa.
"Não atacarei os outros partidos, não farei campanha político-partidária, não farei nada disso, acho que não é o momento", acentua.
Paulo Sande coloca Marcelo Rebelo de Sousa totalmente fora do processo que levou a aceitação da sua candidatura às eleições de 26 de maio do próximo ano.
"O senhor Presidente nem sequer dá conselhos sobre o que eu devo fazer, zero, não tenho sequer conversas com ele sobre este assunto. É um assunto meu e da Aliança, e neste caso nem sequer é de luta partidária ou eleitoral", salienta.
Paulo Sande não poupa nas palavras para caracterizar o convite de Marcelo para ser conselheiro para os Assuntos Europeus: "uma das maiores honras e gostos que tive na vida".
E pode ser encarado como uma voz da Aliança em Belém? "Não", responde de forma perentória, acrescentando: "A independência, para mim, é muito importante. Eu não sou de facto um político-partidário, nunca fui" e estas eleições são "uma oportunidade para falar da Europa" e afastar "esses enganos, esses fogos fátuos, esses jogos de sombras" que se escondem atrás de palavras.
"Acredito mesmo que há aqui uma dimensão de serviço. Vou fazer os possíveis para que as pessoas percebam que a Europa é delas", conclui.