Açoriano Oriental
Nascimento Cabral defende revisão da política de pescas

Eurodeputado social-democrata açoriano destacou potencial do Atlântico no seio da União Europeia e alertou para os desafios que o setor da pesca enfrenta atualmente

Nascimento Cabral defende revisão da política de pescas

Autor: Rui Jorge Cabral

O eurodeputado social-democrata açoriano, Paulo do Nascimento Cabral, defendeu as “potencialidades para a  economia azul e bioeconomia” que o Atlântico representa  no seio da União Europeia” e alertou para os desafios que o setor da pesca enfrenta atualmente, defendendo a necessidade de se rever a Política Comum de Pescas.

Citado em nota de imprensa, Paulo do Nascimento Cabral falava durante uma reunião da Comissão das Pescas do Parlamento Europeu, onde se debateram os últimos desenvolvimentos e desafios futuros dos Oceanos e das Pescas da União Europeia.

Lembrando um estudo apresentado pela Comissão Europeia onde se refere que “importamos cerca de 70% dos produtos de pesca que consumimos, o que equivale a 10 milhões de toneladas por ano”, Paulo do Nascimento Cabral considerou que este é “um número bastante elevado que penso que nos deve preocupar a todos”.

Por isso, defendeu para as pescas, tal como tem vindo a defender para a agricultura, o “princípio da reciprocidade, ou seja, regras iguais - produtos iguais, nos produtos que chegam à União Europeia”, considerando ainda Paulo do Nascimento Cabral a importância de “manter uma boa relação com países terceiros que muitas vezes nos ajudam a suprimir falta de alimentos”.

Citado em nota de imprensa, Paulo do Nascimento Cabral destacou também “a questão da sustentabilidade económica do setor” da pesca, realçando como “evidente que os apoios dados aos pescadores são manifestamente insuficientes para fazer face aos desafios atuais, desde logo a questão do envelhecimento, quer dos profissionais, quer dos equipamentos, e da dificuldade de atrair os jovens” para a pesca.

Na reunião, o eurodeputado social-democrata açoriano alertou ainda para a velocidade na implementação das medidas de conservação das espécies, referindo-se à “grande pressão sobre os nossos pescadores, que têm de cumprir com metas e quotas de uma forma bastante radical, e em muito pouco tempo”.

Nesse sentido, Paulo do Nascimento Cabral defendeu a necessidade de se rever a Política Comum de Pescas, assim como o  FEAMPA, uma vez que “não estão adequados àquilo que são os desafios atuais da transição digital, da transição energética e da própria renovação das frotas de pesca”.

Por fim, lamentou a  ausência de qualquer referência à dimensão atlântica da União Europeia no Relatório Draghi sobre a competitividade da economia europeia.
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