Autor: LUSA/AO online
A iniciativa, que será agora submetida à apreciação da Assembleia da República, defende uma majoração de 20% para as prestações de desemprego, para o abono de família e para o rendimento social de inserção, para fazer face à crise gerada pela redução do contingente norte-americano na base das Lajes.
"A anunciada extinção de um elevadíssimo número de postos de trabalho diretos de trabalhadores portugueses na base das Lajes terá consequências nefastas em todo o mercado de trabalho da ilha Terceira", alertou o deputado do PCP, Aníbal Pires, durante a apresentação da proposta.
No seu entender, a redução do contingente laboral poderá gerar uma "catástrofe económica e social de grandes proporções" naquela ilha, aprofundando a recessão e o aumento do desemprego.
Se for aprovada na Assembleia da República, a majoração dos apoios sociais irá vigorar entre janeiro de 2016 e janeiro de 2019.
Apesar de concordar com a proposta, Luís Rendeiro, do PSD, lembrou que a crise que hoje se vive na Terceira "também é culpa do Governo Regional", que acusou de não ter acudido a tempo para estancar o desemprego, nem para minimizar o fim das quotas leiteiras, por exemplo.
"A Terceira está como está porque sofre com a crise do setor leiteiro, para a qual os governos do PS não souberam preparar a nossa lavoura", insistiu o deputado social-democrata.
A opinião foi partilhada por Artur Lima, do CDS, que entende que o governo de Vasco Cordeiro poderia ter feito muito mais para minimizar o impacto da crise económica e social na Terceira, por exemplo, em matéria de construção civil.
"Andaram a enganar os terceirenses, prometendo um cais de cruzeiros em Angra que nunca construíram", lembrou o deputado centrista, acrescentando que esse investimento poderia ter ajudado a criar mais emprego na ilha.
O líder da bancada socialista, Berto Messias, lamentou que os partidos da oposição quisessem fazer derivar a discussão para outras matérias que nada têm a ver com os apoios sociais aos terceirenses.
"Nós estamos disponíveis para essa discussão, quando os senhores quiserem, mas convenhamos que este não é o momento oportuno para este tipo de discussão", insistiu, lembrando que o Governo Regional sempre esteve na linha de frente da defesa da economia da ilha Terceira.