Autor: Lusa/AO Online
“Veremos se há uma ponte. Se o governo quiser falar com o PAN, obviamente falaremos de antemão, antes de o Orçamento ser apresentado no parlamento, para que eles não sejam apanhados de surpresa com um valor acrescentado à dotação”, declarou Pedro Neves.
O deputado único do PAN no parlamento açoriano falava aos jornalistas na sede da Presidência do Governo Regional, em Ponta Delgada, após uma reunião com o líder do executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM), que está a ouvir os partidos e organizações a propósito do Orçamento da região para 2025.
Pedro Neves, cujo sentido de voto não é decisivo para a aprovação do Orçamento, alertou que é necessário existir um “apoio maior” para mitigar os efeitos da seca, defendendo um combate às alterações climáticas de forma preventiva.
“É um problema que vem das alterações climáticas, a seca extrema e seca severa em algumas ilhas. Há uma redução da pluviosidade nos Açores. Tem de haver uma prevenção. Tem de ser da parte do governo, como da parte dos agricultores, que são quem gasta mais água”, assinalou.
E acrescentou: “Se houver uma simplificação da estratégia da parte do governo relativamente a cada agricultor fazer a sua própria retenção da água, aí já temos a prevenção”.
O líder regional do PAN/Açores defendeu um reforço dos apoios aos bombeiros no próximo Orçamento da região.
“Os nossos bombeiros têm tido um abraço de leão por parte do Governo [Regional] e não um abraço naquilo que nós queremos para os bombeiros dos Açores”, vincou.
Pedro Neves reiterou, também, a importância de investir na saúde e em medidas de proteção animal e rejeitou enumerar as linhas vermelhas do partido para uma eventual viabilização do Orçamento.
“É um ano atípico. É um ano onde temos dois Orçamentos regionais e quase metade do ano em duodécimos”, salientou.
O Plano e o Orçamento dos Açores para 2025 vão ser discutidos e votados na Assembleia Regional em novembro.
O executivo saído das eleições legislativa antecipadas de 04 de fevereiro governa a região sem maioria absoluta no parlamento açoriano e, por isso, necessita do apoio de outro partido ou partidos com assento parlamentar para aprovar as suas propostas.
No sufrágio de fevereiro, PSD, CDS-PP e PPM elegeram 26 deputados, ficando a três da maioria absoluta. O PS é a segunda força no arquipélago, com 23 mandatos, seguido do Chega, com cinco. BE, IL e PAN elegeram um deputado regional cada, completando os 57 eleitos.