Autor: Paula Gouveia
A Ordem dos
Enfermeiros nos Açores recebeu vários relatos que denunciavam condições
de trabalho insustentáveis agravadas pelo estado do tempo, decidindo por
isso visitar o local, e reunir com o conselho de administração da
Unidade de Saúde da Ilha de São Miguel.
“Não tínhamos como não vir ao terreno, não estar com os enfermeiros, que continuam em condições péssimas a fazer este trabalho fundamental para a Região”, afirmou o presidente da Secção Regional dos Açores da Ordem dos Enfermeiros, Enfermeiro, Pedro Soares.
Na reunião com o conselho de administração, foi identificada uma solução provisória, apesar de não ser “a ideal”, e foi demonstrada vontade em encontrar uma solução definitiva que seja “digna, tanto para os profissionais como para a população”, adiantou Pedro Soares. “Agora é preciso quem de direito olhar no imediato para esta situação e corrigi-la, ou amanhã não temos enfermeiros para esta luta!”, avisa o presidente da Secção Regional dos Açores da Ordem dos Enfermeiros.
A Ordem revela que a situação em São Miguel não é caso único, “havendo registo de inconformidades graves na Terceira e no Faial”. Na ilha Terceira, Pedro Soares afirma que se conseguiu “uma boa solução”, mas que “não podem os enfermeiros chegar para iniciar as testagens e encontrarem o espaço completamente sujo, com dejetos de animais espalhados pelo chão. Estes espaços têm de ser dedicados exclusivamente ao fim a que agora estão destinados. Isto não vai parar tão cedo, portanto há que criar espaços exclusivos, com todas as condições!”, alertou.
E, na Horta, “o ‘drive’ ficou inundado, sendo
que a Unidade de Saúde de Ilha do Faial teve que remediar da melhor
maneira, mesmo assim nesta nova solução temporária, em tempo de chuva,
acumulam-se pessoas na rua, sem as mínimas condições para aguardar, como
nos mostra as fotos que recebemos. Temos a informação que vão mudar
para um pré-fabricado num parque de estacionamento em bagacina em frente
ao Hospital, nem queremos imaginar como será em tempo de chuva”, relata
Pedro Soares.
Para a Ordem dos Enfermeiros, estas situações revelam
uma manifesta falta de planeamento, refletindo-se de forma grave nas
condições de trabalho dos profissionais: “Tivemos tempo de sobra para
preparar o inverno, estas testagens são fundamentais para a nossa
segurança. As equipas de enfermagem estão para lá do seu limite, o que
me preocupa já que ao cansaço se junta as péssimas condições. Assim não
podemos continuar!”, diz Pedro Soares.