Autor: Lusa/AO online
Eliphas Mukonowishulo, secretário para as relações internacionais da facção do MDC afecta ao líder histórico Morgan Tsvangirai, que se encontra em Lisboa para encontros diplomáticos à margem da Cimeira União Europeia/África, disse hoje à Lusa que os membros da oposição zimbabueana foram já por quatro vezes, sem sucesso, ao Ministério dos Negócios Estrangeiros.
"Disseram sempre que estavam muito ocupados e que nos ligavam depois, apesar de termos indicado sempre que o nosso pedido era urgente. Perguntamo-nos se estarão a evitar falar connosco", disse o político zimbabueano.
"Estamos muito desiludidos" com a falta de resposta encontrada no Palácio das Necessidades, confessa o político, acompanhado por membros da facção do MDC afecta a Arthur Mutambara em Lisboa, para alertar a "comunidade internacional de que as conversações internas [apadrinhadas pelo presidente sul-africano Thabo Mbeki] não estão a funcionar".
"Parece haver pouco interesse [junto da presidência portuguesa da UE] em saber o que a oposição do MDC tem a dizer, e mais interesse em ouvir o senhor Mugabe [presidente do Zimbabué, que já está em Lisboa para participar na Cimeira] e o que Mbeki diz sobre a situação no Zimbabué", afirmou à Lusa.
"Vamos tentar novamente [ser ouvidos no MNE] amanhã [sábado] de manhã. Acho que não vai ser útil, mas será uma última tentativa porque vamos embora no domingo", adianta.
A Agência Lusa contactou o MNE, mas ainda não obteve resposta às acusações do MDC.
Nqozibitha Milo, secretário-geral da outra facção do MDC, afecta a Arthur Mutambara, disse à Lusa que a missão da oposição zimbabueana foi recebida pelos embaixadores da Bélgica, Reino Unido e Suécia, e que está a entar também uma audiência junto do representante da Irlanda.
"Os embaixadores foram receptivos, tiveram interesse em saber o nosso lado da questão e tinham até algum conhecimento prévio da situação", disse à Lusa.
Para Mukonowishulo, a falta de pressão da União Europeia sobre Harare pode colocar em perigo as negociações em curso entre o governo e a oposição, tendo em vista uma concilição que permita a realização de eleições presidenciais livres em Março de 2008.
"Sem a nossa participação não há conversações, não há mediação possível. Para que as negociações funcionem tem de haver uma avaliação equilibrada", afirma.
A Cimeira de Lisboa, considera, vai permitir a divulgação da posição de Mbeki acerca da situação no Zimbabué, que afirma ser "ilusória", e de esconder os casos de violência e falta de liberdade para a oposição.
No próximo dia 15 de Dezembro, o MDC vai reunir-se para decidir "se vale a pena continuar as negociações, uma vez que o nosso 'input' não está a ser considerado".
"Vamos ver o que vai acontecer, se virmos que nada está a evoluir vamos abandonar as reuniões", disse o secretário para as relações internacionais da facção do MDC afecta a Tsvangirai.
Nqozibitha Milo frisa ser pré-condição à participação nas eleições presidenciais uma nova Constituição que reduza os poderes presidenciais, "que actualmente permitem que o chefe de Estado "possa acordar uma manhã e fazer o que lhe apetecer".
Exigem ainda a reconstituição da Comissão Eleitoral, que acusa de estar a favorecer o partido de Mugabe ZANU-PF.
Durante a Cimeira deverá ser divulgado o relatório de Mbeki sobre o andamento das negociações entre governo e oposição no Zimbabué, que ambas as facções do MDC consideram ser "desequilibrado", a favor do Presidente Mugabe.
"Mbeki vai dar a imagem que está tudo bem, mas não é isso, e é isso que estamos aqui para dizer. Há violência, ele [Mugabe] não está a fazer aquilo com que se comprometeu, e não vai fazer se a comunidade internacional não o pressionar", afirmou
"Disseram sempre que estavam muito ocupados e que nos ligavam depois, apesar de termos indicado sempre que o nosso pedido era urgente. Perguntamo-nos se estarão a evitar falar connosco", disse o político zimbabueano.
"Estamos muito desiludidos" com a falta de resposta encontrada no Palácio das Necessidades, confessa o político, acompanhado por membros da facção do MDC afecta a Arthur Mutambara em Lisboa, para alertar a "comunidade internacional de que as conversações internas [apadrinhadas pelo presidente sul-africano Thabo Mbeki] não estão a funcionar".
"Parece haver pouco interesse [junto da presidência portuguesa da UE] em saber o que a oposição do MDC tem a dizer, e mais interesse em ouvir o senhor Mugabe [presidente do Zimbabué, que já está em Lisboa para participar na Cimeira] e o que Mbeki diz sobre a situação no Zimbabué", afirmou à Lusa.
"Vamos tentar novamente [ser ouvidos no MNE] amanhã [sábado] de manhã. Acho que não vai ser útil, mas será uma última tentativa porque vamos embora no domingo", adianta.
A Agência Lusa contactou o MNE, mas ainda não obteve resposta às acusações do MDC.
Nqozibitha Milo, secretário-geral da outra facção do MDC, afecta a Arthur Mutambara, disse à Lusa que a missão da oposição zimbabueana foi recebida pelos embaixadores da Bélgica, Reino Unido e Suécia, e que está a entar também uma audiência junto do representante da Irlanda.
"Os embaixadores foram receptivos, tiveram interesse em saber o nosso lado da questão e tinham até algum conhecimento prévio da situação", disse à Lusa.
Para Mukonowishulo, a falta de pressão da União Europeia sobre Harare pode colocar em perigo as negociações em curso entre o governo e a oposição, tendo em vista uma concilição que permita a realização de eleições presidenciais livres em Março de 2008.
"Sem a nossa participação não há conversações, não há mediação possível. Para que as negociações funcionem tem de haver uma avaliação equilibrada", afirma.
A Cimeira de Lisboa, considera, vai permitir a divulgação da posição de Mbeki acerca da situação no Zimbabué, que afirma ser "ilusória", e de esconder os casos de violência e falta de liberdade para a oposição.
No próximo dia 15 de Dezembro, o MDC vai reunir-se para decidir "se vale a pena continuar as negociações, uma vez que o nosso 'input' não está a ser considerado".
"Vamos ver o que vai acontecer, se virmos que nada está a evoluir vamos abandonar as reuniões", disse o secretário para as relações internacionais da facção do MDC afecta a Tsvangirai.
Nqozibitha Milo frisa ser pré-condição à participação nas eleições presidenciais uma nova Constituição que reduza os poderes presidenciais, "que actualmente permitem que o chefe de Estado "possa acordar uma manhã e fazer o que lhe apetecer".
Exigem ainda a reconstituição da Comissão Eleitoral, que acusa de estar a favorecer o partido de Mugabe ZANU-PF.
Durante a Cimeira deverá ser divulgado o relatório de Mbeki sobre o andamento das negociações entre governo e oposição no Zimbabué, que ambas as facções do MDC consideram ser "desequilibrado", a favor do Presidente Mugabe.
"Mbeki vai dar a imagem que está tudo bem, mas não é isso, e é isso que estamos aqui para dizer. Há violência, ele [Mugabe] não está a fazer aquilo com que se comprometeu, e não vai fazer se a comunidade internacional não o pressionar", afirmou