Autor: Lusa/AOonline
É "O oitavo continente de Lian Yue", distinguido o ano passado pela Deustsche Welle (Rádio da Alemanha) como "o melhor blogue chinês".
"Pessoa e Kafka são dos escritores estrangeiros que mais admiro", disse à agência Lusa o autor do blogue, Lian Yue.
E comparando os dois, acrescenta: "Pessoa é mais moderno e criativo".
Lian Yue, 38 anos, formado em literatura chinesa, contou que descobriu Pessoa através de uma tradução de "O Livro do Desassossego" publicada por uma editora de Xangai em 1999.
Trata-se de uma obra assinada pelo heterónimo Bernardo Soares e onde Pessoa afirma a certa altura: "Não é nenhuma das sete partidas do mundo aquela que me interessa e posso verdadeiramente ver; a oitava partida é a que percorro e é a minha".
(Na edição chinesa, feita a partir da versão inglesa e não directamente do português, a palavra "partida" foi traduzida por "continente").
"Pessoa é brilhante. É um autor fora do comum e que mostra a beleza do mundo", diz Lian Yue.
Pessoa - "Pei Suo A", em chinês - é também o único autor português que Lian Yue conhece: "Há poucas traduções de escritores portugueses. De Portugal, o que se conhece melhor na China é o futebol".
O blogue de Lian Yue destacou-se em 2007 pela sua campanha contra a construção de uma fábrica de produtos químicos em Xiamen, que culminou com o cancelamento da obra, um resultado aclamado na blogosfera chinesa como "uma vitória da liberdade de expressão na China".
Em Março passado, a propósito das restrições impostas pelo governo chinês após os violentos incidentes no Tibete, "O oitavo continente de Lian Yue" proclamou que "qualquer poder que tente esconder informação deve ser encarado como um mau poder".
"A China é um país onde pessoas com sentimentos extremistas são os grandes apoiantes do poder e essas pessoas e esses sentimentos impedem o poder de se reformar a si próprio", afirmou Lian Yue.
Antigo jornalista do semanário Nanfang Zhoumo (Fim de Semana do Sul), um dos jornais mais irreverentes e populares da China, Lian Yue vive hoje dos artigos de opinião que assina em várias publicações.
"Não tenho problemas financeiros", diz.
Já publicou seis livros, entre os quais um romance e um ensaio sobre a Bíblia mas, em vez de escritor ou jornalista, prefere assumir-se como crítico social.
"Há vinte anos não havia espaço para criticar a sociedade. Hoje, o espaço é cada vez maior", afirma Lian Yue.
"Pessoa e Kafka são dos escritores estrangeiros que mais admiro", disse à agência Lusa o autor do blogue, Lian Yue.
E comparando os dois, acrescenta: "Pessoa é mais moderno e criativo".
Lian Yue, 38 anos, formado em literatura chinesa, contou que descobriu Pessoa através de uma tradução de "O Livro do Desassossego" publicada por uma editora de Xangai em 1999.
Trata-se de uma obra assinada pelo heterónimo Bernardo Soares e onde Pessoa afirma a certa altura: "Não é nenhuma das sete partidas do mundo aquela que me interessa e posso verdadeiramente ver; a oitava partida é a que percorro e é a minha".
(Na edição chinesa, feita a partir da versão inglesa e não directamente do português, a palavra "partida" foi traduzida por "continente").
"Pessoa é brilhante. É um autor fora do comum e que mostra a beleza do mundo", diz Lian Yue.
Pessoa - "Pei Suo A", em chinês - é também o único autor português que Lian Yue conhece: "Há poucas traduções de escritores portugueses. De Portugal, o que se conhece melhor na China é o futebol".
O blogue de Lian Yue destacou-se em 2007 pela sua campanha contra a construção de uma fábrica de produtos químicos em Xiamen, que culminou com o cancelamento da obra, um resultado aclamado na blogosfera chinesa como "uma vitória da liberdade de expressão na China".
Em Março passado, a propósito das restrições impostas pelo governo chinês após os violentos incidentes no Tibete, "O oitavo continente de Lian Yue" proclamou que "qualquer poder que tente esconder informação deve ser encarado como um mau poder".
"A China é um país onde pessoas com sentimentos extremistas são os grandes apoiantes do poder e essas pessoas e esses sentimentos impedem o poder de se reformar a si próprio", afirmou Lian Yue.
Antigo jornalista do semanário Nanfang Zhoumo (Fim de Semana do Sul), um dos jornais mais irreverentes e populares da China, Lian Yue vive hoje dos artigos de opinião que assina em várias publicações.
"Não tenho problemas financeiros", diz.
Já publicou seis livros, entre os quais um romance e um ensaio sobre a Bíblia mas, em vez de escritor ou jornalista, prefere assumir-se como crítico social.
"Há vinte anos não havia espaço para criticar a sociedade. Hoje, o espaço é cada vez maior", afirma Lian Yue.