Açoriano Oriental
Byblos
"O sonho transformou-se em pesadelo"
O administrador único da Livraria Byblos, Américo Areal, afirma que o "sonho transformou-se em pesadelo", no comunicado em que anuncia a "apresentação à insolvência" .

Autor: Lusa/AOonline
"Impõe-se à administração o dever de apresentação à insolvência", lê-se no documento divulgado esta quinta-feira. A Livraria Byblos, a maior do país, fechou esta quinta-feiraas suas portas.

    No comunicado, em quatro pontos, Américo Areal sublinha as inovações tecnológicas que a Byblos representou, algumas únicas no mundo, e as diversas dificuldades que levaram ao fim de um projecto.

    Entre as dificuldades apontadas, Américo Areal refere que "de 2007 para 2008 o mundo mudara e foram infrutíferas as tentativas de encontrar novos accionistas".

    Segundo declara no texto divulgado, foi "assinado um Protocolo de Entendimento, tendo em vista a tomada de uma posição accionista de 40%" mas, no entanto, foi-se "protelando a data da celebração do competente contrato", tendo acabado a parte interessada "por desistir em Abril de 2008".

    O administrador sublinha que "o mercado entrara numa enorme retracção e, face à crise financeira, os financiamentos foram também impossíveis de concretizar".

    A Byblos encontrava-se já numa situação preocupante com "prejuízos acumulados no primeiro semestre" deste ano, o que provocou "um corte generalizado dos fornecimentos precisamente no segundo semestre, durante o qual seria possível promover-se alguma recuperação".

    Localizada nas Amoreiras, em Lisboa, a Byblos empregava cerca de 50 pessoas e foi “a primeira livraria de fundo editorial no nosso país, disponibilizando a totalidade das obras publicadas em língua portuguesa”.

    A Byblos foi “a primeira livraria a nível mundial que, através de pesquisa em ecrãs tácteis, facultava a exacta localização da estante e prateleira onde se encontraria o título pretendido”, lê-se também no comunicado.

    O empresário salienta ainda os elogios recebidos pela imprensa estrangeira, designadamente “as inovações tecnológicas, com particular destaque à inédita utilização das etiquetas RFID (Radio Frequency Identity), bem como à dimensão e à qualidade do design da loja”.

    Um projecto que mereceu o interesse, sublinha Américo Areal, de livreiros norte-americanos, alemães, brasileiros, eslovenos, espanhóis, franceses, finlandeses, holandeses, ingleses, e italianos, mas que em Portugal não singrou.
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