Açoriano Oriental
Alentejo
Nova ponte luso-espanhola arranca em Março
A construção da nova ponte luso-espanhola que ligará o Pomarão (Mértola) a El Granado (Huelva), uma reclamação antiga das populações e autoridades locais, deverá arrancar em Março e terminar em Dezembro deste ano.

Autor: Lusa / AO online
O presidente do município alentejano de Mértola, Jorge Pulido Valente, adiantou hoje à agência Lusa que a obra para a construção da ponte "vai ser adjudicada segunda-feira" pelas autoridades espanholas.
"A obra deverá arrancar no terreno durante o mês de Março e terminar em Dezembro", previu.
Ao contrário do previsto, a construção da ponte sobre a ribeira do Chança vai começar no lado português, "porque, no lado espanhol, as obras só poderão arrancar em Julho, devido a imposições ambientais (período de nidificação de algumas aves)".
A nova ligação transfronteiriça será construída a jusante do paredão da Barragem do Chança, a alternativa mais viável depois da Confederação Hidrográfica do Guadiana ter recusado a opção inicial, que previa a passagem sobre o paredão da barragem.
De acordo com Jorge Pulido Valente, a construção da nova ponte internacional vai permitir "revitalizar os acessos" e "potenciar as trocas comerciais, sociais e culturais" entre os dois lados da fronteira.
Orçada em 2,1 milhões de euros, a futura passagem luso-espanhola vai ser financiada em 75 por cento (1,5 milhões de euros) através do programa comunitário Interreg III, sendo a restante verba assegurada em partes iguais pela Câmara de Mértola e pelas autoridades espanholas de Huelva.
Para assegurar a comparticipação financeira no projecto, Jorge Pulido Valente disse que o município de Mértola contraiu um empréstimo no valor de 286 mil euros.
O projecto de construção da ponte vai ainda ser reforçado com uma verba de 700 mil euros, também financiada através do Interreg, para a construção, no lado espanhol, de cinco corredores ecológicos, um para o lince-ibérico e quatro para cervídeos, como o veado, referiu o autarca.
O primeiro atraso no início da obra, previsto para Maio de 2005, deveu-se à necessidade da Diputación de Huelva, responsável pela construção da ponte, desenvolver estudos de impacte ambiental, lembrou o autarca.
O arranque da obra, que chegou a estar novamente previsto para Setembro de 2006, "sofreu novos atrasos, devido a burocracias no processo de licenciamento, já resolvidos".
Entretanto, devido a "exigências de associações ambientalistas espanholas", explicou o autarca, "foi preciso esperar pela declaração de utilidade pública que faltava para a Diputación de Huelva poder avançar com a obra" e que "só foi aprovada pelo governo espanhol a 15 de Fevereiro".
A construção da ponte entre o Pomarão e El Granado faz parte das conexões viárias de Huelva, Baixo Alentejo e Algarve, com financiamento da União Europeia, através do programa Interreg.
Este projecto inclui ainda a construção de outras duas novas pontes luso-espanholas, uma irá ligar o concelho de Serpa (Beja) ao município de Paymogo (Huelva) e a outra ligará Alcoutim (Faro) a Sanlúcar del Guadiana (Huelva).
Às construções de cada nova ponte corresponderão as obras de alargamento e repavimentação das respectivas estradas de acesso, da responsabilidade, no lado português, das autarquias de Mértola, Serpa e Alcoutim.
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