Autor: Lusa / AO online
Os responsáveis pelo museu não quiseram convidar o governo, nem o Presidente da República, por não estarem de acordo com as actuais políticas de imigração das autoridades francesas.
A exposição do museu abre com uma fotografia da década de 60 de duas mulheres e crianças portuguesas que chegam a uma estação de comboio em Paris, numa demonstração evidente da visibilidade da comunidade portuguesa em França.
Contudo, a exposição não reflecte a importância que os portugueses tiveram e ainda têm para o desenvolvimento da França, dizem vozes críticas.
Segundo Albano Cordeiro, sociólogo investigador no Centro Nacional da Pesquisa Científica (Centre National de la Recherche Scientifique), o Museu não reflecte essa realidade e, além disso, provoca confusão porque não separa a imigração proveniente das ex-colónias francesas da oriunda de países não francófonos, como é o caso de Portugal.
O facto do Museu estar instalado no antigo Museu das Colónias, agrava a confusão, porque até "os frescos das paredes" permanecem lá, como foram pintados para a Expo Colonial de 1931.
"Francamente é um problema, deixa confusão na cabeça de muita gente", diz Albano Cordeiro.
"O contencioso com a imigração magrebina existe, por isso há racismo e xenofobia dos franceses para com eles. São imigrantes mal aceites porque a guerra da Argélia deixou marcas profundas na sociedade francesa. Aqui ainda se diz que a guerra da Argélia não acabou", explica o sociologo, ha' mais de 40 anos radicado em Paris.
"Esse trauma (da guerra da Argélia) abafa tudo o resto quando os franceses falam de imigração", conclui Albano Cordeiro para explicar porque é que no Museu Nacional da História da Imigração em Paris quase não existe um traço da presença portuguesa em França, maugrado a importância real da comunidade, sem igual na França do pós-guerra.
"O Museu não conta essa história", remata Albano Cordeiro.
Ainda assim, o museu pretende dignificar o papel e a presença dos imigrantes em França, numa altura em que se preparam medidas políticas de combate à imigração ilegal e ao trabalho clandestino, com previsíveis deportações em larga escala para os países de origem, nomeadamente de imigrantes africanos.
O Museu Nacional da Historia da Imigração está instalado no Palácio da Porta Dourada, em Paris, onde funcionou o antigo Museu das Colónias, o que pode considerar-se uma ironia da História.
A exposição do museu abre com uma fotografia da década de 60 de duas mulheres e crianças portuguesas que chegam a uma estação de comboio em Paris, numa demonstração evidente da visibilidade da comunidade portuguesa em França.
Contudo, a exposição não reflecte a importância que os portugueses tiveram e ainda têm para o desenvolvimento da França, dizem vozes críticas.
Segundo Albano Cordeiro, sociólogo investigador no Centro Nacional da Pesquisa Científica (Centre National de la Recherche Scientifique), o Museu não reflecte essa realidade e, além disso, provoca confusão porque não separa a imigração proveniente das ex-colónias francesas da oriunda de países não francófonos, como é o caso de Portugal.
O facto do Museu estar instalado no antigo Museu das Colónias, agrava a confusão, porque até "os frescos das paredes" permanecem lá, como foram pintados para a Expo Colonial de 1931.
"Francamente é um problema, deixa confusão na cabeça de muita gente", diz Albano Cordeiro.
"O contencioso com a imigração magrebina existe, por isso há racismo e xenofobia dos franceses para com eles. São imigrantes mal aceites porque a guerra da Argélia deixou marcas profundas na sociedade francesa. Aqui ainda se diz que a guerra da Argélia não acabou", explica o sociologo, ha' mais de 40 anos radicado em Paris.
"Esse trauma (da guerra da Argélia) abafa tudo o resto quando os franceses falam de imigração", conclui Albano Cordeiro para explicar porque é que no Museu Nacional da História da Imigração em Paris quase não existe um traço da presença portuguesa em França, maugrado a importância real da comunidade, sem igual na França do pós-guerra.
"O Museu não conta essa história", remata Albano Cordeiro.
Ainda assim, o museu pretende dignificar o papel e a presença dos imigrantes em França, numa altura em que se preparam medidas políticas de combate à imigração ilegal e ao trabalho clandestino, com previsíveis deportações em larga escala para os países de origem, nomeadamente de imigrantes africanos.
O Museu Nacional da Historia da Imigração está instalado no Palácio da Porta Dourada, em Paris, onde funcionou o antigo Museu das Colónias, o que pode considerar-se uma ironia da História.