“A adesão de Portugal à então CEE foi um marco histórico no desenvolvimento do país, transformando-o para melhor, segundo todos os indicadores económicos e sociais”, afirmou o líder da instituição europeia que junta os chefes de Governo e de Estado da UE.
Numa declaração enviada à Lusa a propósito do 40.º aniversário, que se assinala a 01 de janeiro de 2026, o antigo primeiro-ministro português vincou que “o alargamento a Portugal - e a Espanha - foi também um marco na consolidação democrática da Europa”.
“É este sucesso irmanado que hoje nos volta a convocar para um desígnio comum. Precisamos dessa unidade e dessa força para garantirmos a paz, a segurança e a prosperidade na Europa”, pediu António Costa, na mesma declaração.
Depois de quase uma década como primeiro-ministro português, a 01 de dezembro de 2024, António Costa começou o mandato de dois anos e meio à frente do Conselho Europeu, sendo o primeiro socialista e o primeiro português neste cargo.
A 01 de janeiro de 1986 foi concretizada a adesão de Portugal à CEE, que provocou mudanças estruturais significativas para o país.
Desde a adesão, há 40 anos, o país já recebeu mais de 100 mil milhões de euros em fundos europeus, aplicados sobretudo em infraestruturas rodoviárias e ferroviárias, saneamento básico, educação e modernização administrativa.
Em termos económicos, de acordo com os gabinetes estatísticos europeu e nacional, entre 1986 e a atualidade o produto interno bruto (PIB) 'per capita' português em paridades de poder de compra passou de cerca de 50–55% da média da então CEE para valores próximos de 75% da média da agora UE, apesar de recuos na crise financeira.
A integração europeia incluiu ainda a entrada no espaço de livre circulação Schengen, a adoção do euro (em 1999, oficializada em 2002) e o acesso ao mercado único, que impulsionou exportações e investimento estrangeiro.
Em concreto, as exportações passaram de cerca de 15% do PIB nos anos de 1980 para mais de 45% do PIB, com forte diversificação de mercados.
Ao mesmo tempo, aumentaram os níveis de escolaridade, a esperança média de vida e a cobertura de serviços públicos essenciais, consolidando ganhos económicos e sociais, embora persistam desafios em termos de produtividade e de rendimentos.
Num Eurobarómetro divulgado em meados de dezembro deste ano, 69% dos portugueses inquiridos afirmaram ter uma imagem positiva da UE, o valor mais alto entre os 27 países-membros, e 71% disseram confiar nas instituições europeias, também acima da média comunitária.
Também nesse estudo de opinião, Portugal constava entre os países com maior percentagem de cidadãos que consideram que o país beneficiou da adesão à UE.
