Açoriano Oriental
Sociedade
Museu da Emigração permite seguir 'rasto' dos emigrantes pela Internet
A descoberta de antepassados que emigraram dos Açores há muitos anos é uma das novas valências do Museu da Emigração Açoriana, na Ribeira Grande, S. Miguel, cujo espólio tem vindo a enriquecer com ofertas de emigrantes.
Museu da Emigração permite seguir 'rasto' dos emigrantes pela Internet

Autor: Lusa/AO online

O museu, aberto desde 2005 no antigo Mercado do Peixe por iniciativa da Câmara da Ribeira Grande, criou no seu sítio na Internet uma ferramenta que permite seguir o 'rasto' de emigrantes que saíram do concelho para se fixarem em destinos tão diversos como Curaçau, uma pequena ilha a norte da Venezuela, Brasil, EUA ou Canadá. “Temos apostado muito na componente da Internet, dispondo o nosso sítio de uma ferramenta única que permite às pessoas descobrir os seus antepassados emigrados, acedendo a fichas com fotografias de emigrantes, muitos deles saídos ainda em criança”, afirmou Rui Faria, responsável do museu, em declarações à Lusa. Fotografias desde o início do século XX até à atualidade, objetos oferecidos por emigrantes e documentação variada integram o espólio do Museu da Emigração Açoriana, que esteve fechado em 2009, durante cerca de um ano, para obras de restauro do edifício. A maior parte dos visitantes são emigrantes em férias, que são também os que mais se emocionam, particularmente tocados por fotos do antigo Aeroporto de Santana, em Rabo de Peixe, o famoso ‘aerovacas’, assim designado por os animais pastarem no campo de aviação quando não havia aviões a aterrar ou descolar. Era deste aeroporto, na costa norte de S. Miguel, que partiam os pequenos bimotores para Santa Maria, ilha onde embarcavam depois para os EUA e Canadá. Os objetos evocativos das festas em honra do Espírito Santo e fotos de grupos em que identificam algum familiar ou conhecido são também, segundo Rui Faria, fonte de emoções entre os visitantes. Para garantir maior diversidade da coleção de um espaço museológico criado para proporcionar “uma imagem geral de alguns dos aspetos mais relevantes da emigração, de como chegaram ao seu destino e dos principais países de acolhimento”, o museu aposta também na ligação com instituições da diáspora. “Temos tentado junto das Casas dos Açores e de associações de emigração mobilizar as pessoas para entregarem ao museu memórias e objetos, porque as pessoas morrem e os artefactos e documentos de valor que ajudam a contar a história são remetidos para o lixo”, afirmou Rui Faria. Os registos da emigração no concelho da Ribeira Grande remontam a 1800, quando dezenas de pessoas partiram para Curaçau, seguindo depois os movimentos migratórios para o Brasil, EUA, Bermudas e Canadá, mas foi a partir das décadas de 50 e 60, com o incremento das viagens aéreas, que a emigração se intensificou neste concelho.

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