Autor: lusa
O principal orador do evento, intitulado “Queda do Muro e Reunificação – A Vitória da Liberdade”, que decorreu no Friedrichstadtpalast, na parte leste de Berlim, foi o Presidente da República, Horst Koehler, que fez o elogio dos três veteranos da política mundial.
O chefe de Estado alemão afirmou que “a grande experiência internacional e abertura ao mundo” do antigo Presidente norte-americano George Bush “foram uma ajuda com imenso valor para os alemães” e para o processo de reunificação.
Gorbatchov “reconheceu que a Rússia precisava de transparência e de mudanças, com grande coragem, e deu aos alemães uma grande ajuda”, afirmou Koehler, dizendo “obrigado” ao arquitecto da «Perestroika» e da «Glasnost», suscitando a maior ovação do dia entre as muitas centenas de convidados.
Koehler aludiu depois ao papel desempenhado por Helmut Kohl, afirmando que o ex-chanceler “soube impulsionar” o sonho de Adenauer e de Charles de Gaulle de uma Europa unida, levando por diante a reunificação alemã, para corresponder à ânsia de paz e liberdade do seu povo.
O Presidente alemão aproveitou a ocasião para criticar o facto de muitas organizações internacionais persistirem nas estruturas criadas após a Segunda Guerra Mundial, apelando ao reforço e modernização da ONU.
“Nenhuma nação pode ser feliz em prejuízo de outras, no nosso mundo interligado”, advertiu o político democrata-cristão, exortando a Europa a ser “uma força positiva” no contexto internacional.
“Para isso, o processo de integração europeu precisa de nova dinâmica, sobretudo através do Tratado de Lisboa”, sublinhou o Presidente alemão.
“Honrar estes três homens é continuar a construir a casa comum europeia e promover uma política de desenvolvimento para todo o planeta”, concluiu Koehler.
Bush, Gorbatchov e Kohl subiram então ao pódio, o ex-chanceler em cadeira de rodas. O Presidente norte-americano foi o primeiro a falar, afirmando que a esperança das pessoas não podia continuar a ser oprimida e o Muro não podia impedir os seus sonhos.
Bush enalteceu depois o papel de Gorbatchov no processo que conduziu à unidade alemã, “por ter reconhecido o momento histórico e agido com coragem”.
Elogiou também Kohl, considerando-o “um dos maiores estadistas”do século XX.
Gorbatchov interveio a seguir, num longo discurso algo confuso, em que admitiu que inicialmente as relações com Helmut Kohl não eram as melhores, e que, após a queda do Muro, disse ao seu interlocutor que a questão alemã só seria resolvida no século XXI.
“Três meses depois, no entanto, já estávamos a trabalhar na reunificaç&a