Açoriano Oriental
Cimeira UE/Russia
Moscovo e Bruxelas podem aproximar posições sobre Kosovo
A Rússia e a UE, cuja cimeira decorre sexta-feira em Mafra, estão em condições de "aproximar posições" sobre o estatuto do Kosovo, considerou esta quarta-feira o assessor do Kremlin para as relações com a UE.

Autor: Lusa / AO online
"Há um potencial para aproximar posições (...), uma compreensão de que uma decisão deve basear-se nos princípios internacionais e que não deve haver precipitações", declarou Serguei Iastrjembski, numa conferência de imprensa dedicada à Cimeira de Mafra.

"Seguimos atentamente a posição dos Estados membros da UE e constatamos que não existe unidade de pontos de vista sobre o Kosovo", sublinhou.

"Alguns países receiam, com fundamento, um desenvolvimento dramático e imprevisível dos acontecimentos no caso da proclamação unilateral da independência do Kosovo", disse Iastrjembski.

A Rússia apoia a Sérvia na sua oposição à independência do Kosovo, cujos dirigentes têm o apoio da União Europeia e dos Estados Unidos.

Além da questão do Kosovo, na Cimeira de Mafra irá abordar-se também a crise em torno do programa nuclear do Irão.

Mas Serguei Iastrjembski anunciou que a questão da instalação do escudo anti-míssil dos Estados Unidos na Polónia e República Checa não se encontra na ordem de trabalhos da Cimeira.

"Este tema não figura oficialmente na ordem do dia porque a UE evita abordar este tema abertamente sob o pretexto de que não se trata de uma questão relevante da UE e que deve ser discutida directamente entre a Rússia, NATO e Estados Unidos", declarou o assessor do Kremlin.

"Nós não procuramos, de forma alguma, degradar artificialmente as relações que nos unem aos nossos parceiros criando novos problemas, nomeadamente durante a cimeira. Não excluo que este tema venha à superfície quando for passada em revista a situação no continente europeu no domínio da segurança", acrescentou.

Serguei Iastrjembski lamentou a posição adoptada sobre esse tema.

"Não se pode optar a estratégia da avestruz e recusar a examinar, avançando argumentos puramente formais, um tema que preocupa um grande número de cidadãos e elites políticas na Europa", frisou.

Para Iastrjembski, a posição russa, que se opõe à instalação do escudo anti-míssil norte-americano, encontra compreensão entre milhares de europeus.
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