Açoriano Oriental
Moreirense condenado na pena de suspensão em competição por um ano

 O Tribunal da Feira condenou esta sexta feira o Moreirense da I Liga portuguesa em futebol à suspensão de participação em competição desportiva por um ano, num processo de corrupção desportiva em que foram condenados outros cinco arguidos.

Moreirense condenado na pena de suspensão em competição por um ano

Autor: AO Online/ Lusa

O Moreirense foi condenado também na pena única de 450 dias de multa à taxa diária de 250 euros, perfazendo o montante global de 112.500 euros, por quatro crimes de corrupção, de acordo com o acórdão a que a Lusa teve acesso.

Em declarações à Lusa, o advogado do Moreirense, Ricardo Sá Fernandes, esclareceu que esta decisão não coloca em causa a participação do clube na liga profissional.

“Quem foi aqui condenado foi o Moreirense e não a SAD, que é quem está a disputar a liga profissional”, afirmou o causídico.

Ainda no mesmo processo, também foram condenado Pedro Miguel Magalhães, filho de Vítor Magalhães, presidente do Moreirense, e um antigo vice-presidente do clube Manuel Orlando “Alhinho”, a três anos de prisão, por quatro crimes de corrupção.

Estas penas foram suspensas com a condição de o primeiro pagar cinco mil euros à Federação Portuguesa de Desporto para Pessoas com Deficiência e o segundo entregar dois mil euros ao Centro Social Santa Cruz das Irmãs Passionistas.

O coletivo de juízes condenou ainda o antigo futebolista Nuno Pereira Mendes por três crimes de corrupção e um crime de branqueamento, na pena única de três anos e meio de prisão, suspensa, mediante a condição de entregar 1.500 euros à Santa Casa da Misericórdia da Feira.

Um outro ex-futebolista - Sérgio Grilo Neves - e o jogador ainda no ativo José William Mendonça foram condenados a um ano e três meses e a dois anos de prisão, respetivamente, igualmente com pena suspensa, por um crime de corrupção. Cada um deles terá de pagar mil euros a instituições da Feira.

O tribunal julgou ainda totalmente improcedente o pedido de indemnização cível formulado pela Naval.

O advogado do Moreirense já anunciou que vai recorrer do acórdão e manifestou-se chocado, afirmando que “não foi feita nenhuma prova” quanto ao envolvimento do clube no caso.

“Houve neste caso corrupção - claro que houve, isso é manifesto. É uma coisa lamentável, mas não teve nada a ver com o Moreirense, nem com o presidente do Moreirense. É a minha convicção e foi aquilo que resultou do julgamento”, disse Sá Fernandes.

O presidente do Moreirense chegou a ser suspeito de estar na origem deste caso de alegada adulteração da verdade desportiva, mas, no seu caso, o processo foi arquivado por “manifesta insuficiência indiciária”.

Segundo a acusação do Ministério Público (MP), o Moreirense tentou subornar seis jogadores de equipas adversárias para subir de divisão, na época 2011-2012, quando o clube se encontrava na II Liga portuguesa de futebol.

A investigação apurou que o filho de Vítor Magalhães e Orlando “Alhinho” pediram a dois ex-jogadores do Moreirense para abordarem jogadores da Naval e do Santa Clara, prometendo-lhes “avultadas quantias em dinheiro”, para terem um “mau desempenho desportivo”, nos jogos de futebol que aquelas equipas iriam disputar com o clube nortenho.

Dos futebolistas contactados apenas um jogador da Naval terá aceitado a proposta, acabando por receber cinco mil euros, por ter sido expulso no jogo que a sua equipa disputou com o Moreirense e que terminou com a vitória dos visitantes por 1-2.


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