Açoriano Oriental
Milhares de pessoas junto ao parlamento
Milhares de pessoas encheram a praça frente à Assembleia da República na confluência de várias manifestações convocadas para assinalar a greve geral, entre os quais cidadãos gregos e espanhóis.
Milhares de pessoas junto ao parlamento

Autor: Lusa/AO online

Precários, estivadores, revisores e vários estrangeiros ouviram o discurso do secretário-geral da CGTP Arménio Carlos, entre os quais Kyriakos Stephanopoulos que, de bandeira grega na mão, afirmou à agência Lusa que na Grécia “dizem que os portugueses são muito passivos, porque isso acontece aos povos que viveram em ditadura”.

Mas este economista acredita que, tal como na Grécia, ”as pessoas vão sofrer tanto que se vão levantar”, acrescentando que embora um turista possa vir a Portugal e não sentir que há crise, quem passa algum tempo no país percebe que “as pessoas estão a sofrer”.

“Quando cheguei em junho fiquei admirado por haver tantos festivais, tanta cultura e pensei: Mas isto é um país em crise? Depois começaram as manifestações e ai vi que há um problema”, contou.

Atualmente Kyriakos trabalha num projeto europeu de intercâmbio, mas a sua vontade é continuar em Portugal apesar das dificuldades.

“Quero ficar cá. Sempre quis vir a Portugal e agarrei logo essa oportunidade. Sei que não vou ter uma vida melhor porque o problema está aqui e eu tenho de fazer parte dele. Sempre que havia uma manifestação na Grécia eu estava lá e aqui farei o mesmo”, disse.

Noutro ponto da manifestação, uma enorme faixa dava voz aos “trabalhadores espanhóis em Portugal em greve contra os cortes”.

Entre as pessoas que seguravam a faixa estava Pedro Barco, professor de espanhol a viver há cinco anos em Portugal.

Em declarações à Lusa, Pedro Barco disse que “em Portugal a situação é um bocadinho pior do que em Espanha porque a economia aqui é mais pequena”.

“Em Portugal e em Espanha há uma campanha para tentar mudar o sentido das coisas mas é muito difícil porque a política da banca é muito rígida e difícil de mudar”, disse.

“O poder financeiro tem muita força, mas se não se fizer nada ficamos sem possibilidades”, acrescentou Pedro Barco.

Depois do fim do discurso do secretário-geral da CGTP parte da manifestação começou a desmobilizar. No entanto mesmo depois da retirada do carro de som da central sindical vários milhares de pessoas permaneciam em frente à escadaria da Assembleia da República.

Ouvem-se palavras de protesto como “Esta dívida não é nossa” acompanhadas de precursões, assobios e outras expressões de descontentamento.

O ambiente é calmo apesar de terem soado alguns petardos. A manifestação tem sido acompanhada por alguns elementos da imprensa internacional.

A greve geral de hoje foi convocada pela CGTP em protesto contra o agravamento das políticas de austeridade e em defesa de políticas alternativas que favoreçam o crescimento económico.

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