Açoriano Oriental
Mercado dos jornais gratuitos mais do que duplicou este ano
O mercado dos jornais gratuitos mais do que duplicou este ano com o lançamento de três novos títulos nacionais e dois regionais, passando a distribuir mais do dobro das vendas dos cinco principais diários do país.

Autor: Lusa/AO online
      Lançado por uma empresa denominada Imprensa Gratuita Desportiva e sem qualquer ligação a grupos de media, o Diário Desportivo foi o primeiro gratuito a ser criado este ano, começando a ser distribuído no dia 5 de Janeiro.

    Apesar de ter fechado portas oito meses depois, o Diário Desportivo foi responsável pela distribuição de, pelo menos, 100 mil exemplares diários nas zonas da Grande Lisboa e Grande Porto.

    Este título foi acompanhado por um outro também dedicado ao desporto, o Ripa Desporto, o primeiro a ser vespertino, e que anunciou como objectivo a distribuição de 60 mil exemplares por dia na Grande Lisboa.

    Em Junho, o grupo Cofina, que já detinha o gratuito Destak, lançou o Meia-Hora para, segundo anunciou o grupo na altura, criar um complemento aos jornais de referência Público e Diário de Notícias e atingir as classes sociais mais altas.

    Com 24 páginas, este título gratuito do grupo de Paulo Fernandes iniciou a sua distribuição com uma tiragem de 100 mil exemplares diários.

    Um dos lançamentos mais mediáticos do ano foi o do Global Notícias, o gratuito do grupo que detém o DN, o JN e o 24horas.

    Anunciado pela Controlinveste como uma “grande aposta do grupo”, o Global Notícias começou por distribuir 150 mil exemplares diários nas zonas de Lisboa, Vila Franca de Xira e Setúbal, tendo mais tarde (em finais de Outubro) passado a ser entregue na rede Castello Lopes Cinemas como forma de “chegar a um público mais jovem”.

    Apesar de responsáveis de agências de planeamento de meios terem defendido que o mercado português não suporta mais de 4 jornais gratuitos, o sector ainda viu nascer outro título, já em finais de Outubro: o Sexta.

    Criado com base numa parceria entre os jornais Público e A Bola, o Sexta é o único gratuito que é semanal e distribui um recorde de 350 mil exemplares por dia, não só em locais concorridos como em encarte nos dois títulos que estão na sua origem.

    O ano 2007 registou ainda a criação de alguns gratuitos regionais, como foi o caso do transfronteiriço Raia Rural, em Figueira de Castelo Rodrigo, escrito em português e espanhol, ou do Comércio do Seixal, de Setúbal.

    O Metro (participado pelo grupo Media Capital) e o Destak (da Cofina) distribuíam, já em 2006, mais de 325 mil exemplares diários, mas este ano, e para reagir à “explosão” de gratuitos em Portugal, reforçaram edições e estratégias.

    No caso do Metro a solução encontrada foi alargar o âmbito para o Brasil, fechando uma parceria com o grupo brasileiro de televisão Bandeirantes para lançar uma edição em São Paulo, enquanto que o Destak passou, a partir de Junho, a contar com edições ao fim-de-semana.

    Esta multiplicação de jornais gratuitos deveu-se à boa aceitação por parte de leitores e de anunciantes portugueses, sendo que os 4 principais títulos distribuem actualmente mais de 600 mil exemplares por dia (o dobro do que os cinco maiores jornais vendem).

    Em termos de publicidade, e embora não seja possível avaliar as receitas de todos os gratuitos, é possível perceber o sucesso destas publicações junto das marcas se se tiver em conta que, só entre o Metro e o Destak, as receitas rondam os 5 milhões de euros mensais, ou seja, cerca de um quinto do total obtido pela imprensa diária generalista paga.

    A "gratuitomania" não terminou ainda, estando na calha a distribuição livre de outros títulos como, por exemplo, o Jornal da Madeira, que anunciou recentemente a sua intenção de tornar-se gratuito a partir de Janeiro.
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