Açoriano Oriental
Conflito
Medvedev compara ofensiva georgiana ao 11 de Setembro de 2001
O presidente russo, Dmitri Medvedev, comparou a ofensiva militar de Tbilissi na Ossétia do Sul aos atentados de 11 de Setembro de 2001, quando parece iminente a saída dos soldados russos da parte oeste da Geórgia.

Autor: Lusa/AO online
Perante especialistas do clube de reflexão Valdai reunidos em Moscovo, o chefe de Estado russo usou palavras duras para qualificar a operação lançada pela Geórgia na noite de 07 para 08 de Agosto no seu território separatista pró-russo da Ossétia do Sul.

    "Quase imediatamente depois destes acontecimentos, ocorreu-me que para a Rússia, o 08 de Agosto de 2008 era quase como um 11 de Setembro de 2001 para os Estados Unidos", declarou Medvedev.

    As forças russas ripostaram entrando em força na Geórgia e colocando em fuga o exército daquela ex-república soviética que se tornou uma aliada próxima dos Estados Unidos e que pretende entrar na NATO, para grande contrariedade de Moscovo.

    O presidente russo assegurou que a Rússia teria intervido militarmente mesmo se a Geórgia fosse oficialmente candidata à adesão à NATO.

    Medvedev disse que "teria feito a mesma coisa mesmo se a Geórgia tivesse o Map", o plano de acção tendo em vista a adesão, que equivale ao estatuto de candidato oficial à NATO, segundo as declarações feitas à agência noticiosa francesa AFP pelo especialista alemão Alexader Rahr no final da reunião.

    As declarações de Medvedev ocorrem exactamente um mês após o cessar-fogo negociado pelo presidente em exercício da União Europeia, Nicolas Sarkozy, durante um encontro em Moscovo com o senhor do Kremlin.

    A Rússia comprometeu-se a desmantelar até segunda-feira cinco postos de observação estratégicos na linha Poti-Senaki, no oeste da Geórgia, e a retirar até daqui a um mês o resto das suas forças da Geórgia, fora da Ossétia do Sul e da Abkházia.

    As autoridades georgianas lamentaram hoje continuarem a não ver "qualquer sinal de retirada" dos soldados russos.

    No terreno, uma jornalista da AFP constatou hoje que a retirada das forças russas estava iminente em dois dos cinco postos de observação.

    Do lado político, Nino Burjanadzé, antiga aliada do presidente georgiano, Mikhail Saakachvili, exigiu "um inquérito" sobre os acontecimentos que conduziram ao conflito.
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