Autor: Lusa/AO Online
"As vendas têm sido boas, à semelhança dos anos anteriores”, disse à Lusa José Carlos Frias, dono da Livraria SolMar, explicando que “o livro ainda constitui uma boa escolha para prenda de Natal, porque é bastante versátil, nos seus géneros, há escolhas para todas as idades” e que, “nesta altura, o que se vende mais são os livros infantojuvenis e romances”.
“Esta é uma altura muito esperada pelos livreiros e pelos editores. Há uma série de livros que os editores guardam para esta altura do ano. É uma altura do ano que salva editoras e que salva livreiros”, prosseguiu o comerciante.
Ainda que esta seja a melhor altura do ano para as livrarias, este ano luta-se contra “a intempérie do mau tempo, que é sempre penalizador”, mas José Carlos Frias está tranquilo, porque o “forte de vendas no Natal é sempre na última semana, muitas vezes nos últimos dias” e o livro “é também uma prenda de último recurso”.
Aberta há 45 anos no centro de Ponta Delgada, a Londrina, apresentada como “símbolo da moda masculina”, tem já “clientes de várias gerações”.
O gerente da loja, Tiago Santos, contou à Lusa que o negócio “durante o ano foi um bocadinho mais fraco, mas na época do Natal está correndo um bocadinho melhor”.
Também este comerciante se diz “um bocadinho refém” da meteorologia, mas, “se o tempo ajudar, a esperança é de que as vendas aumentem”.
Na La Bamba Bazar Store, a única loja de discos de Ponta Delgada, as vendas estão a ser “um bocadinho mais fracas do que o ano passado, mas, em geral, [estão a correr] bem”, afirmou Pedro García, considerando que a quebra se deve ao tempo.
Ainda assim, mantém-se esperançoso: “O Pai Natal sempre chega tarde. Estes últimos dias, seguramente, serão os dias mais concorridos”, afirmou o comerciante, acrescentando que “qualquer uma das coisas que estão nesta loja não podem ser encontradas em nenhuma outra loja” de Ponta Delgada.
“O Natal é das crianças, como se costuma dizer”, afirmou Ana Medeiros, proprietária da Mundo Bambino. É por isso, referiu, que “esta é a melhor altura de vendas” da loja de brinquedos.
Este ano, “o balanço tem sido diferente dos últimos dois anos: apesar de São Pedro ter sido amigo, tivemos um novembro um bocadinho apagado. Este mês de dezembro, sendo a nossa especialidade o brinquedo, estamos à espera que seja a altura mais procurada”, explicou Ana Medeiros.
Para a designer de moda Sara França, “este ano está a ser complicado” na loja O Estúdio, onde vende também produtos de outros designers e artesãos locais.
“O clima é uma coisa que influencia bastante o comércio tradicional no centro de Ponta Delgada. Até tenho falado com outros comerciantes e é notório que se nota uma quebra”, adiantou.
A designer espera que as vendas “comecem a subir nos próximos dias”, já que, “cada vez mais, as pessoas guardam as compras para os últimos dias”.
A quebra é combatida “através da divulgação ‘online’”, onde tentam “chegar ao público”, mas também mantendo a loja aberta até à última: “No dia 24 estamos com a loja aberta até às 19h00 e é assim que deve ser”.
Os Açores foram esta semana afetados pela depressão Elsa, com chuva e vento fortes.