Autor: Lusa/AO Online
O ministro do Interior marroquino, Taieb Cherkaui, informou na sexta feira, em conferência de imprensa, que foram presas 34 pessoas, entre as quais os espanhóis, um dos quais é “o autor intelectual da organização, que está detido em Marrocos” e “o líder da mesma organização, que se encontra detido em Bamako”, capital do Mali.
Cherkaui adiantou que a rede, cujo desmantelamento fora anunciado na terça feira, sem se adiantarem pormenores, estava “especializada no tráfico de cocaína e haxixe” e era dirigida por “traficantes colombianos e espanhóis” relacionados com a AQMI e com traficantes de droga marroquinos.
A polícia marroquina apreendeu uma quantidade indeterminada de cocaína e haxixe, viaturas, granadas de gás lacrimogéneo e dinheiro em várias divisas.
O ministro adiantou ainda que a rede trazia as drogas para o Norte do Mali desde a Colômbia e a Venezuela.
Do Mali entravam em ação os grupos terroristas da AQMI para proteger o transporte pelo deserto do Mali, Mauritânia, Argélia e Marrocos, para as venderem neste país e nos mercados europeus.
Só entre março e agosto de 2010, esta rede realizou oito operações e introduziu mais de 600 quilos de cocaína no território marroquino, através das fronteiras com a Argélia e a Mauritânia, disse o ministro, graças ao apoio logístico da AQMI, a troco de dinheiro.
“Os terroristas, na procura de dinheiro para financiarem as suas atividades, investem o seu conhecimento das rotas do deserto, armas e meios de transporte para proporcionar a proteção necessária aos traficantes de droga nos seus movimentos pelo Sahel”, precisou Cherkaui.
O governante acrescentou que o grupo tinha “relações fortes” com traficantes locais de droga para “introduzir haxixe e cocaína na Europa através do mar ou do uso de pequenas avionetas, que violaram o espaço aéreo marroquino em muitas ocasiões”.
Neste sentido, Cherkaui destacou a “cooperação frutífera” entre Marrocos e Espanha na luta contra a imigração, as drogas, o terrorismo e a criminalidade organizada.