Autor: Carlota Pimentel
O presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA), Luís Garcia, reconheceu não ter estado bem “na condução dos trabalhos”, esta semana, durante uma sessão plenária. O presidente do parlamento açoriano assume que falhou no cumprimento da sua responsabilidade de garantir o respeito pela “dignidade e prestígio da Assembleia” e pede “desculpa aos açorianos por isso”.
Ao Açoriano Oriental, disse haver “particularmente um momento em que sinto que não estive bem na condução dos trabalhos, designadamente da minha responsabilidade de fazer cumprir e respeitar a dignidade e o prestígio da Assembleia”.
As declarações de Luís Garcia surgem na sequência das afirmações de José Pacheco, líder do Chega nos Açores, que sugeriu o fuzilamento de traficantes de droga numa intervenção na Assembleia Regional, durante um debate de urgência sobre dependências químicas e tecnológicas. A intervenção não foi alvo de comentários por parte das restantes bancadas nem do presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores.
Além disso, dirigindo-se a alunos de uma turma do 5.º ano da Escola Básica e Secundária da Graciosa que visitavam a Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, José Pacheco ao criticar a dependência das cooperativas dos apoios públicos, afirmou “a mama tem que acabar”, replicando uma expressão frequentemente utilizada pelo líder nacional do partido.
Luís Garcia admitiu que “esta semana, de facto, existiram alguns exageros de linguagem”, algo que procura assumir “com toda a frontalidade”.
Questionado sobre o que deveria ter feito enquanto presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, sublinhou que “devia, pelo menos, ter alertado para a situação”, prosseguindo que, por outro lado, “os senhores deputados e os senhores líderes parlamentares, em particular, são testemunhas de que, nas nossas reuniões, procuro sensibilizar para que a conduta, a linguagem utilizada, seja adequada e que, no fundo, prestigie e dignifique a Assembleia e todos aqueles que representamos”.
O presidente do parlamento açoriano concluiu com um apelo ao sentido de responsabilidade dos representantes eleitos, salientando a importância da conduta institucional.
“A nossa autonomia e a nossa democracia com 50 anos merecem que todos estejamos à altura desta responsabilidade e missão. E quando não estamos, devemos reconhecê-lo e eu não estive nesse momento”, acrescentou.