Autor: Paulo Faustino
A Junta do Livramento está preocupada com o aumento da criminalidade na freguesia, alertando para a necessidade de haver um reforço do policiamento e das denúncias apresentadas pela população.
A perceção
do presidente da autarquia é que a criminalidade já duplicou este ano em
relação a 2023, uma situação que associa ao tráfico e consumo de droga,
incluindo sintética. E manifesta-se depois - além do tráfico e consumo -
sob a forma de furtos em moradias e viaturas, e ainda invasão de
imóveis abandonados e em ruínas. Alguns dos quais, diga-se, já
emparedados pela junta para evitar concentração de marginais, mas que
depois acabam arrombados por estes últimos.
“As situações têm
aumentado a olhos vistos e de forma exponencial”, afirma Manuel António
Soares, lamentando que tais ocorrências estejam a manchar o crescimento
de uma freguesia que, dentro do concelho de Ponta Delgada e da ilha de
São Miguel, está “em expansão de população e de infraestruturas”.
“A Polícia de Segurança Pública (PSP) faz rondas, mas provavelmente não serão as suficientes”, acrescenta, dando a entender que o sentimento de boa parte da população residente, que tem pedido explicações, já é de insegurança.
Os locais problemáticos estão bem assinalados: Bairro das Socas, Canada Nova, Largo das Pias, Praia do Pópulo e até na zona central, junto à igreja. Espaços onde o tráfico deixou de ser feito às escondidas e onde têm sido cada vez mais frequentes brigas e desacatos envolvendo indivíduos que se apresentam, por vezes, sob o efeito de drogas e álcool.
“Traficam a qualquer hora do dia e diante de toda a gente”, constata o presidente da Junta, admitindo que os problemas coincidem com um aumento do número de caras novas na freguesia e que podem ser vistas em locais conotados com delinquência. “A abertura de um estabelecimento comercial atrai frequentadores” (indesejáveis), reconhece Manuel António Soares, desconhecendo se os infratores “são de dentro ou de fora do Livramento”. O que é certo é que eles se podem “abancar em vias públicas” e visitar os “quintais” alheios.
A
Assembleia de Freguesia, na sua última reunião, já aprovou um documento a
dar conta da sua “insatisfação” sobre o curso dos acontecimentos no
Livramento. E agora espera que sejam tomadas medidas mais enérgicas para
travar a situação.
Também na Lomba da Maia, recorde-se, a população
mostrou-se revoltada com a ocorrência de dezenas de furtos nos últimos
meses que visaram habitações e estabelecimentos comerciais.