Açoriano Oriental
G20
Líderes debatem retirada dos apoios tendo em conta as previsões económicas
 A retirada dos estímulos dados às economias na sequência da crise económica global estará novamente em cima da mesa, quando os responsáveis pelas 20 maiores economias do mundo voltarem a reunir-se na sexta-feira, na Escócia.

Autor: Lusa/AO Online

Saint Andrews, na Escócia, acolhe sexta-feira e sábado os líderes das economias do G20. A última reunião foi a 25 de Setembro em Pittsburgh, nos EUA, e dessa reunião o consenso incidiu sobre o pagamento dos bónus ao longo de vários anos, o retorno no caso de prejuízos, maior transparência dos contratos e a imposição de limites dos bónus em relação ao rendimento total da instituição - embora não tenham sido impostos valores.

Em Pittsburgh, o grupo dos 20 países mais industrializados e as economias emergentes concordou ainda que não era a altura para retirar os estímulos às economias mas que essa retirada teria de ser planeada e organizada pelas maiores economias de forma a não prejudicar a recuperação de outros países.

O tema voltará agora o centro da discussão, com os representantes das finanças do G20 a começarem os trabalhos para escolher a altura ideal e o modo como retirar os estímulos, na mesma semana em que a Comissão Europeia reviu em alta as previsões económicas para 2010.

"Vai haver um conjunto de trabalhos sobre a forma como vamos sequenciar tudo isto, à medida que o Governo pensa em como actuar na transição de um período de crise para um mais estável e mais regularizado, e sobre como estas medidas extraordinárias tomadas pelos países do G20 se tornam menos necessárias", afirmou o secretário de Estado adjunto do Tesouro dos EUA, Neal Wolin, na quarta-feira.

Neal Wolin sublinhou, no entanto, que tanto nos EUA como no resto do mundo, ainda são necessários os estímulos a curto prazo para sustentar a retoma das economias.

A economia dos EUA, a maior do mundo, saiu da sua maior recessão desde a Grande Depressão, com um crescimento de 3,5 por cento no terceiro trimestre deste ano, mas o crescente desemprego está a ameaçar esta retoma.

A reunião de sexta-feira surge após uma semana em que as principais instituições económicas mundiais se reuniram e no seguimento da revisão das projecções para as economias da União Europeia que apontam para o início da recuperação já em 2010.

Depois das previsões da Comissão Europeia divulgadas na terça-feira, a Reserva Federal reuniu-se quarta-feira e o Banco Central Europeu (BCE) reúne-se hoje, numa semana em que também o Banco de Inglaterra se junta.

Vários foram os países que já saíram da recessão (que tecnicamente são dois trimestres consecutivos de quebra do Produto Interno Bruto), outros estão já a registar abrandamento nas quedas e a discussão deixa de ser o combate à crise, mas o que fazer depois de sair dela.

Os países têm de escolher o momento certo para retirar os estímulos à economia sob risco de voltarem a sofrer uma recessão, caso sejam retirados cedo demais, e de fazerem disparar a inflação, caso sejam retirados tarde demais.

A coordenação entre os países é fundamental no delinear da estratégia de saída, uma vez que podem prejudicar outros mais frágeis ou que sejam dependentes de economias maiores.

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