Açoriano Oriental
Jardim diz que o seu lema "é pôr as pessoas felizes e não agradar aos ministros das Finanças”
O presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, disse hoje que o seu lema “é pôr as pessoas felizes e não agradar aos ministros das Finanças”, garantindo que não contem com ele para “jogos de dinheiro”.

Autor: Lusa / AO online

Na inauguração de uma unidade de saúde privada, no Caniço, concelho de Santa Cruz, Alberto João Jardim acusou, de novo, a Europa de estar “consagrada à adoração do bezerro de ouro”.

“Dá a impressão que cada um de nós está reduzido a uma parcela orçamental, está reduzido a uma parcela da manipulação dos números e em que a vida dos países não está centrada sobre aquilo que é fundamental, que é a dignidade e as necessidades da pessoa”, afirmou o chefe do Executivo madeirense.

Considerando que “hoje é tudo um jogo de cifrões”, o governante acrescentou: “Não contem comigo para esses jogos de dinheiro, em que o dinheiro não é posto ao serviço dos cidadãos, em que o dinheiro não é posto pela banca ao serviço das pequenas e médias empresas, em que o dinheiro anda a dominar o Estado”.

Alberto João Jardim disse ainda que o país “vive num paradoxo”, pois quer “resolver os seus problemas num sistema capitalista selvagem, mas ao abrigo de uma Constituição que é, ideologicamente, socialista”.

Para o presidente do Governo Regional, isto é “estar a brincar com coisas sérias”.

“É, de facto, algo que não se entende, porque podem fazer as contas todas, se o Estado não for reformado de alto a baixo, Portugal não consegue resolver os seus problemas, se o Estado não tiver uma visão humanizada dos cidadãos, os cidadãos não vão poder suportar este tipo de Estado por muito mais tempo”, referiu o responsável.

Segundo Alberto João Jardim, “pensar que se vai resolver, com as atuais estruturas constitucionais, o problema de Portugal sem reformas, é, no fundo, um pouco aquilo que se passou com os antigos cristãos na velha Roma”.

“Parece-me que há gente em Portugal que quer morrer pela Constituição, quer ser mártir do regime político e prefere que o país continue a ir para o fundo”, declarou, convicto de que as pessoas de “bom senso” percebem que Portugal está a “atingir os limites” das suas possibilidades.

A este propósito, adiantou: “Também estamos a atingir os limites da nossa paciência, que ela se esgote de boa maneira e não se esgote de má maneira”.

Ao responsável pelo investimento, o empresário António Saramago, o presidente do Governo Regional desejou “muito sucesso”.

“Um pobre presidente do Governo com dívida o que é que vai dizer?”, questionou.

A nova unidade de saúde, que resultou da adaptação de um hotel, custou 15 milhões de euros e gerou uma centena de postos de trabalho.

No discurso, o empresário justificou o investimento na Madeira: “É uma ilha em que há liderança e para um empresário liderança é essencial”.

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