Autor: Lusa/AO Online
Nuno Barata reiterou a sua preocupação com a "privatização urgente da Azores Airlines, até para cumprir aquilo com que a região se comprometeu com a União Europeia”, bem como a constituição da dívida pública futura “para as gerações que vêm a seguir pagarem”.
O também deputado regional, que foi recebido em Ponta Delgada pelo chefe do executivo açoriano no quadro das audiências aos partidos políticos para auscultação sobre as antepropostas de Plano e Orçamento para 2025, levou como “grande novidade” - porque “a receita está a ficar aquém da despesa” - a sugestão de um plano integrado de redução da despesa corrente.
“É uma preocupação que nós temos há algum tempo. Nós percebemos que não está na mão dos secretários regionais ou diretores regionais, sendo tudo mais transversal à administração pública”, disse Barata.
O dirigente da IL/Açores apontou exemplos como a redução da iluminação, a par de uma iluminação mais eficiente, consumos com viaturas ou viagens.
Questionado sobre a receção de Bolieiro, referiu que o presidente – que governa sem maioria absoluta - “tem aquela habilidade de ser sempre muito recetivo a tudo”.
Nuno Barata não acredita que “venha por aí um Plano e Orçamento diferente dos anteriores”, sendo “mais do mesmo, com mais divida”.
O partido vai, no entanto, aguardar para conhecer os documentos e depois decidir o seu sentido de voto durante a apreciação e votação do Plano e Orçamento de 2025 na Assembleia Legislativa Regional.
Nuno Barata não identificou medidas que considere cruciais para fazer pender o sentido de voto da IL, mas ressalvou que “há uma questão que tem sido muito cara para o partido, que tem a ver com a dívida” pública regional.
“Isso nem sequer é uma questão ideológica, mas sim de responsabilidade intergeracional”, frisou, para referir que a dívida “tem que ser um desígnio regional, sob pena de se deixar um legado que não orgulhará no futuro”.
O executivo PSD/CDS-PP/PPM saído das eleições legislativas antecipadas de 04 de fevereiro necessita do apoio de outro partido ou partidos com assento parlamentar para aprovar as suas propostas.
No sufrágio de fevereiro, PSD, CDS-PP e PPM elegeram 26 deputados, ficando a três da maioria absoluta. O PS é a segunda força no arquipélago, com 23 mandatos, seguido do Chega, com cinco. BE, IL e PAN elegeram um deputado regional cada, completando os 57 eleitos.