Autor: Lusa/AO Online
A informação foi avançada numa nota enviada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (SINTAP) num balanço à paralisação iniciada na segunda-feira, acrescentando que a greve chegou "aos 100% de adesão no caso de São Jorge".
De acordo com o sindicato, "durante esta greve há a registar o fecho das lojas da RIAC de Santa Maria, São Miguel, Terceira, Graciosa, São Jorge, Pico e Flores, destacando que foram “vários os operadores que, apesar dos seus baixos salários, fizeram o sacrifício de fazer os cinco dias de greve”.
Para hoje, último dia da paralisação, o sindicato prevê que possam encerrar mais lojas e que outras funcionem "a meio gás”.
O presidente da RIAC, Paulo Soares, disse à agência Lusa, que a participação dos trabalhadores "foi residual, com uma média de 12 trabalhadores neste período da greve, o que representa 9,5% dos trabalhadores".
A RIAC conta com cerca de 130 funcionários.
"Na maior parte do dia não fecharam lojas. E registamos uma média de cinco lojas fechadas no período da greve", esclareceu o responsável.
Os trabalhadores assistentes técnicos da Rede Integrada de Apoio ao Cidadão (RIAC) dos Açores iniciaram na segunda-feira uma greve que termina hoje “na defesa do direito à negociação coletiva e pela dignificação e valorização profissional das suas funções”.
Estes trabalhadores da RIAC têm vindo a fazer vários períodos de greve, em defesa de "uma carreira específica", alegando o sindicato que o trabalho que estes funcionários desempenham "é complexo", reivindicando a criação de uma carreira especial, que permita, entre outras coisas, a valorização remuneratória daqueles trabalhadores.
Na nota, o SINTAP aponta que os trabalhadores em causa auferem "na prática salários líquidos inferiores ao salário mínimo nacional", pelo que "resolveram desde há um tempo a esta parte reivindicar e lutar por uma valorização profissional da respetiva carreira/funções".
"Seria expectável que fossem os dirigentes e responsáveis políticos da RIAC os primeiros a cuidarem da salvaguarda e garantia do pagamento de um justo salário aos seus trabalhadores", sublinha o sindicato.
O SINTAP e os trabalhadores esperam serem ouvidos pelos partidos políticos com vista "a obter o seu pronunciamento e eventual apoio à luta pela dignificação e valorização profissional dos trabalhadores da RIAC", lê-se na nota.
O SINTAP refere que "a saída de 26 trabalhadores formados e experimentados da RIAC nos últimos tempos" e "a sua substituição por 24 trabalhadores precários de programas ocupacionais e outros a regime de recibo verde, é uma prova do descontentamento e indignação destes trabalhadores pela forma como têm sido tratados pela Vice-Presidência do Governo Regional dos Açores (VPGRA)".
O presidente da RIAC disse à agência Lusa que "são residuais" os trabalhadores naquelas condições.
"Estamos a falar de cerca de uma dúzia de trabalhadores ao abrigo de programas e afetos às lojas", indicou Paulo Soares, esclarecendo que a mobilidade de funcionários "acontece na RIAC como em qualquer outro serviço" e "é um instrumento ao serviço da administração e dos trabalhadores".
Quanto à questão da alegada complexidade das tarefas na RIAC, o responsável garantiu que são “as adequadas à carreira onde estão inseridos e ao grau de formação dos próprios trabalhadores”.
O executivo açoriano tem sublinhado que não tem competência legal para criar carreiras específicas.
A RIAC abriu o primeiro espaço em 2004 e tem 54 lojas nas nove ilhas dos Açores, que permitem fazer documentos de identificação pessoal ou do carro e aceder a serviços da Segurança Social, de saúde ou relacionados com o pagamento de contas de serviços públicos, entre outros.