República e Açores querem valorizar centralidade atlântica da Região através da ciência

O presidente do Governo Regional dos Açores e o ministro da Economia e do Mar afirmaram que pretendem valorizar a centralidade atlântica da região através da investigação científica, realçando a importância dos futuros radares meteorológicos da região.



“Queremos afirmar aqui nos Açores a centralidade dos Açores no Atlântico e converter os Açores numa grande plataforma de investigação do oceano e da atmosfera. Os Açores têm as condições ideais”, afirmou o ministro António Costa Silva aos jornalistas.

O governante falava na delegação do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), em Ponta Delgada, após a consignação de dois radares meteorológicos para a região, que vão ser instalados em São Miguel e nas Flores.

Os dois radares vão representar um investimento superior a cinco milhões de euros, valor que inclui ainda a implementação de duas estações meteorológicas e dois detetores de trovoada e que está previsto no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

O ministro da Economia reforçou que aqueles radares eram uma “prioridade” que se discutia “há décadas”, tratando-se de equipamentos de “última geração” com um perímetro de observação de cerca de 300 quilómetros”.

“Acreditamos que colocando a ciência, a tecnologia e o conhecimento no centro da nossa relação com estes fenómenos, vamos melhorar significativamente as previsões e aumentar o nível de segurança e fiabilidade para a população dos Açores”, destacou.

O presidente do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), José Manuel Bolieiro, vincou a “importância estratégica” dos novos radares e expressou “satisfação” de se “passar das palavras aos atos”.

“A ciência e a tecnologia desta previsão meteorológica é um magnífico auxiliar à boa informação preventiva às populações por razões da sua segurança, tendo em conta o nosso clima e a sua variabilidade”, assinalou.

Bolieiro defendeu ainda que a “centralidade atlântica” dos Açores pode substituir a “história ultraperiférica” da região através da ciência.

“Os Açores têm uma magnífica história, mas ainda podem ter um melhor futuro virado para a ciência. Por isso, a nossa história ultraperiférica pode ser substituída com ciência pela centralidade atlântica”, destacou o líder regional.

O presidente do IPMA, Miguel Miranda, lembrou que vão passar a existir mais eventos extremos devido às alterações climáticas, explicando que os novos radares, que estarão em funcionamento em 2024, vão aumentar a fiabilidade das previsões.

“Vão haver situações extremas. Para gerirmos as situações extremas, temos de tomar ações muito pontuais e focalizadas onde é mesmo preciso. Não podemos parar uma ilha porque vamos ter um episódio numa freguesia”, considerou.

Segundo disse, Portugal vai passar a ser elemento com direito a voto no sistema de gestão das tempestades subtropicais e dos furacões no Atlântico norte da Organização Meteorológica Mundial, cargo que vai ser desempenhado pelo delegado do IPMA nos Açores, Carlos Ramalho.

“Os radares não estão a observar os Açores. Os radares estão nos Açores a observar o atlântico. O interesse e a importância disto é muito superior ao que serei capaz de dizer. (…) A centralidade dos Açores na área científica vai ter aqui uma expressão óbvia”, concluiu.


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