Autor: Rui Jorge Cabral
O património do Governo Regional dos Açores inclui mais de quatro mil artigos urbanos, entre edifícios e terrenos com viabilidade para construção, a que se juntam mais de mil veículos automóveis nas suas várias categorias.
Conforme revelou ontem em declarações aos
jornalistas o secretário regional das Finanças, Planeamento e
Administração Pública, Duarte Freitas, o Governo tem vindo a desenvolver
um “processo profundo de cadastro e de atualização das referências de
todo o património regional”, no sentido de ser definido que património
necessita ser recuperado para a transferência de serviços públicos
atualmente a funcionar em imóveis arrendados e que património pode vir a
ser vendido.
Duarte Freitas explicou que “pretendemos fazer uma
verdadeira gestão do património da Região” nos próximos meses e a
exemplo que já aconteceu com os hotéis das Flores e Graciosa (ver
caixa), também “outros bens do património da Região podem ser devolvidos
à iniciativa privada”.
O secretário regional das Finanças,
Planeamento e Administração Pública afirmou ainda que “o nosso objetivo é
melhorar a gestão do património regional, diminuir os encargos de
rendas que possamos ter e também, através da alienação, angariar
receitas pela colocação desse património nas mãos dos privados que assim
o desejem”.
Alienações de património que deverão ser feitas pelo
processo de leilão, que é “célere e transparente”, afirmou Duarte
Freitas, permitindo valorizar mais a venda em hasta pública, devido à
disputa direta entre concorrentes.
Questionado sobre se esta gestão
para recuperação ou venda de património da Região pode estender-se
também ao setor público empresarial regional e nomeadamente a empresas
como a Atlânticoline, que faz o transporte marítimo de passageiros e
viaturas interilhas, Duarte Freitas garantiu que, para já, nada está
previsto nesse sentido.
Contudo, não deixou de recordar que “o
serviço que a Atlânticoline presta já foi prestado por uma empresa
privada”, considerando que “aos açorianos, o que interessa é o serviço
prestado nas melhores condições e se este serviço é prestado por
privados com obrigações de serviço público ou por entidades públicas, é
relevante, mas não será o mais relevante”. Por isso, concluiu Duarte
Freitas, “o mais relevante é que os açorianos sejam bem servidos e que o
interesse público seja bem defendido”.
Por fim e sobre a
privatização da Azores Airlines, Duarte Freitas não adiantou datas para a
retoma deste processo, garantindo apenas “que o que preside às decisões
do Governo, desde a primeira hora, é a defesa do interesse público”.
Hotéis das Flores e Graciosa vendidos em hasta pública por 3,1 milhões
Conforme foi ontem revelado pela Secretaria
Regional das Finanças, Planeamento e Administração Pública, o Hotel das
Flores foi adquirido pelo empresário José Rogério, que já gere outra
unidade hoteleira em Santa Cruz das Flores, pelo valor de 1 milhão e 300
mil euros. Refira-se que hasta pública foi disputada por três
concorrentes, o que fez o valor final subir em cerca de 200 mil euros
face ao valor base avaliado para esta venda, que era de cerca de 1
milhão de 100 mil euros.
Por seu lado, o Hotel e as Villas da
Graciosa foram adquiridas pela Tecnovia, pelo valor de 1 milhão e 305
mil euros pelo hotel e de 530 mil euros pelas villas. Neste caso, esta
empresa foi a única a disputar a hasta pública, o que fez com que o
valor final excedesse em apenas pouco mais de 3 mil euros o valor base
avaliado para esta venda.
Refira-se que este processo foi gerido
pela empresa pública Ilhas de Valor, tendo o seu presidente, Frederico
Tavares, acompanhado ontem o secretário regional, Duarte Freitas, nas
declarações aos jornalistas.
O secretário regional das Finanças, Planeamento e Administração Pública salientou que a venda destas três infraestruturas hoteleiras “demonstra bem a dinâmica que o setor do turismo está a ter e demonstra bem a apetência dos privados por este tipo de investimentos, o que nos deixa satisfeitos pela concretização desta venda”.
Refira-se, por fim, que no âmbito do património que
está sob gestão da empresa pública Ilhas de Valor, irá seguir-se no
próximo ano a venda dos Campos de Golfe da Região, revelou ainda Duarte
Freitas.