Autor: Rui Jorge Cabral
O Expresso refere que foi a
Comissão Nacional de Eleições (CNE) a remeter para o Ministério Público o
processo em que o Governo Regional dos Açores é suspeito do crime de
violação do dever de imparcialidade e neutralidade, após dez queixas
apresentadas pelo PS/Açores.
Em causa, refere o jornal Expresso, estão várias publicações nas páginas oficiais do Governo Regional nas redes sociais a enaltecer o trabalho dos últimos três anos, numa altura em que já decorre o período pré-eleitoral para as regionais de 4 de fevereiro.
O jornal Expresso também dá conta, citando uma fonte do executivo regional, que o Governo dos Açores vai recorrer da decisão da CNE para o Tribunal Constitucional, apesar das publicações alvo das queixas terem sido entretanto retiradas das páginas oficiais do Governo, em cumprimento da deliberação da CNE.
Esta deliberação, a que o
jornal Expresso teve acesso, refere que “as publicações em causa nos
processos analisados foram promovidas pelo Governo Regional dos Açores
já depois da data da marcação da eleição - 11 de dezembro de 2023 –,
isto é, num momento em que já se encontrava aquele órgão e os seus
titulares sujeitos a especiais deveres de neutralidade e de
imparcialidade”.
A deliberação da CNE citada pelo jornal Expresso,
faz ainda uma “advertência” ao Governo Regional para “que se abstenha,
no futuro e até ao final do processo eleitoral, de proferir declarações,
assumir posições ou praticar atos que, direta ou indiretamente,
favoreçam ou prejudiquem uma candidatura em detrimento ou vantagem de
outras, ou que de qualquer modo ponham em causa o cumprimento dos
deveres de neutralidade e imparcialidade a que estão obrigados”.