Autor: Lusa/AO online
"São a face mais amarga do terrorismo incendiário" e "vítimas de uma intencionalidade delituosa", considerou o presidente da Xunta [Governo regional], Alberto Núñez Feijóo, que reiterou hoje a sua solidariedade e condolências às famílias das duas mulheres que morreram em Nigrán (Pontevedra) e dos dois homens mortos em Vigo e Carballeda de Avia (Ourense).
"Foi o que conseguiram os terroristas que puseram em risco centenas de milhares de vidas de galegos na madrugada de segunda-feira", afirmou.
O decreto, cuja regulamentação será publicada nos próximos dias, inclui também ajudas destinadas às pessoas que perderam as suas casas ou ficaram com as habitações danificadas, ajudas para reparar danos em infraestruturas e para recuperar o património natural.
Núñez Feijóo salientou que as famílias das vítimas mortais não podem ser tratadas da mesma forma que as pessoas que sofreram danos causados por qualquer outra emergência natural, já que neste caso houve "intencionalidade delituosa de quem ateou [fogo] ao lado das suas casas".
Quanto às ajudas para as casas afetadas pelo fogo, Feijóo especificou que se trata de 32 habitações (destruídas ou danificadas).
As primeiras estimativas dão conta que arderam na Galiza 35.500 hectares, quase o triplo da superfície total que ardeu no resto do ano. Em apenas 48 horas, disse, ocorreram 264 incêndios.
Em Portugal, as centenas de incêndios que deflagraram no domingo nas regiões Norte e Centro, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram 42 mortos e cerca de 70 feridos, mais de uma dezena dos quais graves.
Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, em junho, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou, segundo a contabilização oficial, 64 mortos e mais de 250 feridos. Registou-se ainda a morte de uma mulher que foi atropelada quando fugia deste fogo.
Mais de metade da área ardida contabilizada este ano na União Europeia registou-se em Portugal.
A Comissão Europeia contabilizou em mais de 500 mil hectares a floresta consumida este ano pelos incêndios em Portugal, o que constitui um recorde de área ardida, sendo mais de metade registada na primeira quinzena de outubro.