Açoriano Oriental
Gabriela Canavilhas promete mais atenção ao sector do livro
O ministério da Cultura vai “olhar de uma forma mais intensa e estruturada” o setor editorial, nomeadamente a internacionalização dos autores nacionais, garantiu Gabriela Canavilhas.
Gabriela Canavilhas promete mais atenção ao sector do livro

Autor: Lusa/AO Online

A governante defendeu “uma política mais agressiva de colocação dos nossos autores no mercado internacional”.

Em entrevista à Lusa, a ministra afirmou: “Nós temos de ter um plano de intervenção sistematizado e lançado a médio prazo de modo a que as editoras sintam que podem arriscar”.

Canavilhas reconheceu razão às críticas apontadas por alguns escritores numa carta aberta, mas afastou a possibilidade de que o desaparecimento da DGLB (Direção Geral do Livro e das Bibliotecas) possa refletir uma menor desatenção ao setor.

“Reconheço que não foi feito tudo quanto podia ter sido feito nesta área”, disse, e prometeu “dedicar mais tempo a esta matéria”.

Na carta enviada a Gabriela Canavilhas, 15 escritores, entre os quais Lídia Jorge e António Lobo Antunes, afirmam-se estupefactos com “a extinção do único organismo que representava o empenhamento do Estado português (…) numa das áreas que melhor tem representado o nosso país na sua transformação democrática: a difusão da sua literatura”.

Para os escritores, “a reintegração da gestão dos assuntos do livro e da leitura na Biblioteca Nacional de onde em devido tempo foi autonomizada, significa a desvalorização, secundarização e desprezo por todo um sector que está em mudança, que carece de elos de coordenação, confrontação com as práticas globais, proteção das obras literárias portuguesas e lusófonas, articulação com os agentes nacionais e estrangeiros que as difundem”.

Referindo-se à carta, a ministra afirmou: “não rejeito de todo as críticas, assimilo-as e dou testemunho da minha intenção de me dedicar com mais afinco nesta área”

Quanto ao desaparecimento da DGLB, a ministra afirmou que “nada muda, nem mesmo o espaço físico”.

“Apenas desaparece um cargo de direção, o resto fica tudo na mesma, as mesmas pessoas com as mesmas funções”, disse.

O transitar das funções da DGLB para a Biblioteca Nacional de Portugal (BNP) implica que a Biblioteca passa a estar dotada de mais um subdiretor “com competências delegadas para as matérias do livro e das bibliotecas”.

À Lusa a ministra afirmou querer “imprimir um novo fôlego” nesta área.

Outra medida que a ministra considera que “está mais do que na altura de o fazer" é a revisão da Lei do Depósito Legal, pretendendo separar o depósito legal dos livros do dos filmes.

O diploma da Lei do Depósito dos Filmes “está aliás já pronto”, adiantou.

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