Açoriano Oriental
Federação Agrícola dos Açores contra apoios na região para raças autóctones
O presidente da Federação Agrícola dos Açores manifestou-se hoje contra a proposta do deputado único do PCP no parlamento regional que recomenda ao executivo açoriano o apoio às raças bovinas autóctones portuguesas
Federação Agrícola dos Açores contra apoios na região para raças autóctones

Autor: LUSA/AO online

"A Federação Agrícola não vê com bons olhos a introdução de outras raças autóctones nos Açores para serem apoiadas. Existe uma raça autóctone nos Açores, que é a Ramo Grande, independentemente das suas origens, que se desconhecem”, declarou aos jornalistas Jorge Rita, após ter sido ouvido sobre esta matéria na Comissão Permanente de Economia da Assembleia Legislativa Regional.

O dirigente, que falava em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, sustentou que a proposta do deputado comunista, João Paulo Corvelo, “não faz sentido, porque uma raça autóctone está identificada com uma localidade ou região”.

A Ramo Grande é uma raça de gado bovino autóctone dos Açores que recebeu a designação do nome da zona nordeste do concelho da Praia da Vitória, na ilha Terceira, onde é mais numeroso o efetivo.

“Se alguém pretender, de forma voluntária, ter alguma outra raça autóctone nos Açores deve assumir a sua responsabilidade desde que as questões sanitárias sejam salvaguardas”, disse Jorge Rita.

O deputado João Paulo Corvelo referiu que atualmente a raça autóctone Ramo Grande é apoiada nos Açores, mas defendeu que “devem ser apoiadas todas as raças autóctones nacionais, porque não existem raças regionais, mas sim portuguesas”.

O parlamentar sublinhou que um produtor no continente pode possuir qualquer raça autóctone portuguesa, incluindo a Ramo Grande, enquanto nos Açores não há o apoio que existe a nível nacional.

A Federação Agrícola dos Açores subscreveu, entretanto, uma outra proposta do deputado comunista, também apreciada em sede de comissão parlamentar, que recomenda ao Governo Regional, presidido pelo socialista Vasco Cordeiro, a reposição da comparticipação dos encargos com o transporte de gado vivo para exportação.

“Flores, Corvo e Graciosa não possuem as condições infraestruturais a nível de matadouros totalmente equipadas ainda. Estas ilhas, derivado aos transportes, têm dificuldades de escoamento dos animais, bem como de condições climatéricas”, disse Jorge Rita, que preconizou uma discriminação positiva para estas ilhas.

João Paulo Corvelo considerou que a comparticipação dos encargos com o transporte de gado vivo para exportação é de “extrema importância para colmatar as dificuldades que existem”.

 

PUB
Regional Ver Mais
Cultura & Social Ver Mais
Açormédia, S.A. | Todos os direitos reservados