Açoriano Oriental
Fausto Costa deixa presidência da Casa do Benfica da Ilha Terceira e ainda sonha com reativação da congénere em Ponta Delgada

Fausto Costa não será candidato às eleições no próximo mês de março depois de 26 anos à frente dos destinos da Casa do Benfica da Ilha Terceira- a única na região atualmente- e garante ser crucial a reativação da congénere micaelense. A CBIT preparou uma digressão para o jogo desta sexta feira no Estádio Municipal de Ponta Delgada.


Fausto Costa deixa presidência da Casa do Benfica da Ilha Terceira e ainda sonha com reativação da congénere em Ponta Delgada

Autor: AO Online

- Como foi preparada esta digressão da Casa do Benfica da Ilha Terceira à ilha de São Miguel ao jogo Santa Clara/ SL Benfica e qual o programa previsto?

Esta digressão foi preparada com antecedência e com um programa que, para além do jogo de futebol, proporciona aos interessados no sábado uma visita à Lagoa do Fogo, à Lagoa das Furnas e à Lagoa das Sete Cidades. O almoço será nas Furnas com o tradicional cozido.

-Como foi a adesão dos benfiquistas açorianos?

Uma digressão a S. Miguel é um pouco difícil de ter muita gente porque muitos dos terceirenses que vão ver o jogo marcaram as suas passagens por conta própria e vão ficar hospedados em casa de amigos ou familiares. O grupo que temos é composto por 17 sócios, mas vendemos cerca de 360 bilhetes para terceirenses e para outras ilhas como Flores, Faial, Graciosa, São Miguel e Santa Maria.

-Há quantos anos lidera esta Casa do Benfica?

Estou à frente dos destinos da Casa do Benfica na Ilha Terceira há 26 anos: um ano (1993) na Comissão Instaladora e 25 anos (1994 a 2019) como Presidente da Direção. Presentemente sinto o orgulho de ser o presidente mais antigo das cerca de 290 casas que o clube tem e de estar na história das Casas do Benfica como o único presidente de direção que atingiu 25 anos de presidência contínua a servir com humildade, honestidade e muita paixão o Sport Lisboa e Benfica.

-Sente que esta é a maior ligação entre os Açores e o SL Benfica?

Esta é sem dúvida a maior ligação entre os Açores e o Sport Lisboa e Benfica. Somos a única Casa do Benfica fora do continente português que tem uma bilhética que nos permite vender bilhetes para todos os jogos de futebol, andebol, futsal, voleibol, basquetebol e hóquei em patins realizados pelo SLB no seu estádio ou no seu pavilhão. Também vendemos ingressos para visitas ao Museu Cosme Damião e visitas ao Estádio da Luz.
Prestamos um "serviço público" aos açorianos porque já vendemos e enviamos bilhetes para todas as ilhas, isto é: qualquer açoriano pode adquirir estes ingressos aqui na região sem ter de se deslocar ao estádio para os obter.

-Como é a relação do SLB com a, agora, única casa do Benfica nos Açores?

É uma relação muito boa. A partir do 2º Congresso das Casas do Benfica realizado na Ilha Terceira em outubro de 2007, Luís Filipe Vieira tem dado apoio incondicional às Casas do Benfica. As pessoas têm de perceber que as Casas do Benfica existem porque existe o Benfica, as Casas do Benfica existem para, em primeiro lugar, servir o Benfica. É com este lema que sempre dirigi esta instituição e sempre trabalhei no interesse do clube e dos seus associados. A única coisa que esta Casa do Benfica precisa do SLB é apoio logístico. A direção juntamente com os sócios é que tem de sustentar a existência desta ou de outra qualquer Casa do Benfica.

-Gostaria que outras ilhas açorianas (e nomeadamente São Miguel pela sua dimensão) tivessem novamente uma Casa do Benfica?

Já fomos três Casas do Benfica nos Açores. Presentemente somos a única porque a de Ponta Delgada e do Faial deixaram de ter atividade. Em setembro de 2017 fiz, na Fajã de Cima, e com cerca de vinte micaelenses, uma apresentação de como se poderia e devia reabrir a Casa do Benfica em Ponta Delgada. Dessa reunião saiu uma comissão que se comprometeu em trabalhar para se concretizar a referida reabertura, mas sem sucesso.

Com o novo projeto para as Casas do Benfica, que deu o primeiro passo em Santarém, penso que será uma nova era muito importante para o futuro das Casas do Benfica. Com este novo projeto as Casas do Benfica aderentes ficam com as despesas fixas (renda, água e luz) praticamente nulas.
Este projeto foi já apresentado às Câmaras Municipais da Praia da Vitória e de Angra do Heroísmo que estão disponíveis para aderir, sendo a próxima direção, juntamente com os parceiros a decidir onde será implementada as futuras instalações.
Relativamente a São Miguel ou qualquer outra ilha, era muito bom que aparecessem benfiquistas interessados em abrir uma Casa do Benfica na sua ilha e eu estou sempre disponível para colaborar.

-Quantos associados tem a Casa do Benfica da Ilha Terceira e quantos são de fora da ilha Terceira?

A CBIT tem neste momento 860 sócios. Como curiosidade posso adiantar que temos sócios nas 9 ilhas dos Açores, na ilha da Madeira, no Continente português, nos Estados Unidos, no Canadá, na Alemanha, na Holanda, no Brasil e na Colômbia. Açorianos e amigos espalhados pelo mundo que apreciam o nosso trabalho e sendo associados sentem que é uma forma de colaborar connosco.

-Informou os sócios da Casa do Benfica da Ilha Terceira que não será candidato às próximas eleições. Pode adiantar os seus motivos para, depois de tantos anos, não ser candidato?

É um problema difícil, mas de explicação simples. A CBIT é o meu terceiro filho e vou deixar a direção para bem do futuro da CBIT. No mês das próximas eleições, março de 2019, faço 62 e, embora me sinta um "puto", tenho consciência que não vou viver mais 25 anos com as mesmas condições que já tive e ainda tenho neste momento. Se não tiver ninguém preparado, se não tiver ninguém com vontade de servir o Benfica, possivelmente este será um projeto sem futuro.

-Já tem conhecimento de alguém interessado em candidatar-se ao lugar?

Felizmente há um interessado, José Duarte Nunes, que já trabalha comigo como vice-presidente neste mandato e vai até ao final de janeiro, como mandam os estatutos, entregar ao presidente da Assembleia Geral uma lista e fazer a apresentação oficial aos sócios da CBIT.

-O que gostaria que acontecesse a partir desse dia?

Esse dia vai ser, certamente, o dia mais triste da minha vida enquanto Benfiquista e, provavelmente, no início, vou ter dificuldades em aceitar que já não sou o presidente da CBIT. O que mais gostaria que acontecesse era que não sentisse o que acabei de afirmar e que com o decorrer do mandato já ninguém se "lembrasse" de mim, o que significa que a nova direção está a trabalhar muito bem.


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