Autor: Lusa/AO Online
“O que o PS queria mesmo era apresentar umas ideias genéricas para depois dizer que votava contra. Mas, toda a gente estava à espera do voto contra do PS, não é nada de novo. Nem nós quando recebemos as ideias ficamos com a convicção de que aquilo seria exatamente para poderem viabilizar, foi para arranjarem um argumento para não viabilizarem”, declarou Duarte Freitas aos jornalistas, em Ponta Delgada.
O secretário regional, que falava à margem da assinatura de um protocolo com a Ordem dos Arquitetos, respondia após ter sido questionado pela posição do presidente do PS/Açores que, no domingo, afirmou que os socialistas serão obrigados a votar contra o Plano e Orçamento para 2025 se o governo açoriano continuar sem dialogar.
Duarte Freitas salientou que as exigências do PS para aprovar o Orçamento do próximo ano “não foram propostas”, mas “sim algumas ideias”, e sinalizou que a discussão orçamental é um “processo extraordinariamente participado que ainda não está terminado”.
“Devo dizer que uma boa parte delas [as reivindicações do PS] é chover no molhado porque ou já estão concretizadas ou em vias de concretização. Há outras que são um pouco pior do que chover no molhado, é alguém querer fazer chuva quando antes só fazia seca, quando teve oportunidade para fazer seca”, disse, aludindo ao período de governação socialista (1996 a 2020).
Duarte Freitas lembrou ainda que enquanto foi presidente do PSD/Açores o partido absteve-se na votação dos Orçamentos de 2013 e 2014, devido à crise económica.
“É muito estranho que o PS tenha apresentado ideias que chamou propostas e agora tenha vindo dizer que vai votar contra porque as ideias, que não são propostas, o governo ainda não se pronunciou sobre elas. Mas, o governo ainda não se pronunciou sobre nenhumas”, salientou.
O secretário regional lembrou, por outro lado, que o Governo Regional enfrenta vários problemas, como a situação no hospital de Ponta Delgada, a inflação, a instabilidade no contexto internacional e a “exigência de priorizar” o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que foi “desenhado pelo PS” quando liderava o executivo açoriano.
“Quando temos essas exigências todas, em vez de termos o maior partido da oposição a querer colaborar, está a inventar uma dialética imitando aquilo que se faz no país. Os açorianos não gostam muito das imitações que se fazem na República”, alertou.
No domingo, o líder do PS/Açores, Francisco César, garantiu que o partido quer “dialogar para aprovar aquele que é o documento mais importante que cada Governo tem no final de cada ano" e considerou o Chega é "o parceiro escondido" da coligação.
A 16 setembro, o presidente dos socialistas açorianos manifestou a disponibilidade do partido para viabilizar o orçamento regional para 2025, impondo como condição chegar a um conjunto de entendimentos em 11 pontos, em várias áreas, como a saúde, habitação ou finanças públicas.
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