Açoriano Oriental
Liga dos Campeões
Dragões sem brilho e exibição pobre
O FC Porto viveu uma noite de pesadelo em Londres, com uma exibição decepcionante que conduziu à pesada derrota por 4-0 frente ao Arsenal
Dragões sem brilho e exibição pobre

Autor: Susete Rodrigues
Os golos do holandês Van Persie (31 e 48 minutos) e do togolês Adebayor (40 e 71, este de penalti) materializaram o contundente desaire do tricampeão nacional, que prometeu jogar para ganhar, mas foi uma equipa submissa e perdida quase todo o jogo da segunda jornada do grupo.
Com este resultado, que podia ter sido ainda mais pesado, não fosse o desacerto na finalização dos jogadores ingleses, o Arsenal assumiu a liderança, com quatro pontos, seguida do FC Porto, com três, Dínamo Kiev (dois) e Fenerbahçe (um), que empataram 0-0 na Turquia.
O treinador Jesualdo Ferreira montou uma equipa que privilegiou a consistência defensiva, mas que não foi rigorosa na sua missão, nem ousada na hora de atacar: raras vezes chegou à área adversária, apesar de o ter feito com perigo quando lá chegou.
O resultado e a exibição - plena de erros e fragilidades - traduzem a ausência de chama dos "azuis e brancos", que deixaram uma imagem de completa vulgaridade no Estádio Emirates. Para consumo interno, a redenção pode surgir domingo, na visita ao Sporting.
A tradição de perder em Inglaterra (em 12 visitas apenas conseguiu um empate) manteve-se, mas desta vez com uma exibição deprimente, que faz pensar que o FC Porto este ano parece longe da capacidade para ambicionar uma carreira interessante nas competições europeias.
Apesar de prometer jogar para ganhar, a verdade é que Jesualdo Ferreira surpreendeu: poupou Lucho González e reforçou o meio campo com Fernando, Guarin, Raul Meireles e Tomás Costa, com o ataque a ficar entregue a Rodriguez e Lisandro. 
O Arsenal cedo mostrou as suas intenções, empurrando os portugueses para a defesa e solicitando várias vezes as intervenções do guarda-redes Helton.
Quando saiu do seu meio campo, o FC Porto quase surpreendeu: em contra-ataque, Tomás Costa cruzou para o cabeceamento de Cristian Rodriguez, que bateu no chão e ainda tocou na trave antes de sair.
Apesar de defender com muitos homens, os "dragões", que tinham dificuldades em manter a bola e atacar, concediam espaços na zona defensiva, facto que o Arsenal ameaçava explorar.
Lisandro (26 minutos) disparou de fora da área e obrigou Almunia a defesa apertada para canto e, na sequencia deste, o avançado argentino teve a bola na pequena área, mas não rematou nas melhores condições, tendo Clichy salvo sobre o risco.
Quando o FC Porto parecia crescer, o Arsenal fez dois golos em apenas nove minutos, o primeiro dos quais com Fabregas, aos 31 minutos, a isolar Adebayor, que esperou para servir o fulgurante Van Persie para 1-0. 
Aos 40, de canto, Adebayor subiu mais que Rolando e cabeceou com êxito, com a bola a bater no chão e na trave antes de entrar, aumentando para 2-0 a vantagem dos "gunners".
As fragilidades de Benitez no lado esquerdo da defesa portista foram exploradas ao máximo, como se viu no terceiro golo, em que faltou agressividade na hora de "despachar" a bola, que acabou nos pés de Van Persie, o quel agradeceu a macieza de Bruno Alves antes de bisar.
O Arsenal, que fazia o que queria dos portistas, dispôs de oportunidades para marcar vários golos, mas a falta de pontaria e alguma displicência perante tantas facilidades só deram para mais um, apontado por Adebayor, aos 71 minutos, numa grande penalidade oferecida por Guarin.
Resignado, o FC Porto arrastou-se à espera do fim do suplício e só se mostrou em dois remates e fora da área: o apito final soou a grande alívio.
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