Autor: Lusa / AO online
Citado pela agência Associated Press, Donald Trump afirmou que vai diferir a nova regra até avaliar "todos os factos de conservação".
No dia 16 de novembro, a administração norte-americana avançou que iria permitir a importação de partes de corpos de elefantes africanos caçados em desporto, referindo que encorajar os caçadores pode ajudar as espécies vulneráveis.
Em comunicado, o serviço de Vida Selvagem dos Estados Unidos anunciou, na altura, que ao permitir que os elefantes dos Zimbabué e da Zâmbia sejam trazidos como troféus, conseguiria recolher fundos para programas de conservação das espécies.
"A caça desportiva legal e bem regulamentada, como parte de um programa de gestão, pode beneficiar determinadas espécies, proporcionando incentivos às comunidades locais para conserva essas espécies e colocar as receitas de volta à conservação", sublinhou.
A nova política, que se aplica a elefantes africanos mortos entre janeiro de 2016 e dezembro de 2018, vem romper com a proibição imposta pelo Governo de Barack Obama em 2014.
Os defensores dos direitos dos animais, alguns grupos ambientalistas, bem como o próprio Partido Republicano criticaram a decisão de Trump.
O presidente do comité de Negócios Estrangeiros da Câmara de Representantes, Ed Royce, classificou a decisão como um "movimento errado, na hora errada".
O Presidente dos Estados Unidos reagiu, através da rede social 'Twitter', afirmando que a política "estava em estudo há anos" e que a mesma ficaria "em espera", até ser analisada com o secretário de Estado do Interior, Ryan Zinkie.
Por sua vez, Ryan Zinkie emitiu uma nota, na qual afirmava que, de acordo com todas as leis, regras e regulamentos aplicáveis, a emissão de licenças ficava suspensa até a decisão ser revista.
O elefante africano foi classificado como ameaçado na Lei de Espécies Ameaçadas dos Estados Unidos, desde 1979.
O número de elefantes africanos diminuiu de cerca de cinco milhões há um século para cerca de 400 mil, número esse que continua a diminuir a cada ano. De acordo com as Nações Unidas, cerca de 100 mil elefantes foram mortos entre 2010 e 2012.